O setor público brasileiro conseguiu cumprir a meta fiscal de 2008, ao fechar o ano com superávit primário - receitas menos despesas, sem considerar o pagamento de juros -equivalente a 4,07% do Produto Interno Bruto (PIB), mostraram dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central. A meta para este ano era de 3,80% do PIB, já descontando o valor destinado ao Fundo Soberano do Brasil (FSB), que equivale a 0,50% do PIB. Veja também: Entenda o que é fundo soberano Em dezembro, o resultado primário do setor público consolidado ficou negativo, como normalmente acontece, mas a economia feita ao longo do ano para cumprir a meta fiscal de 3,8% do PIB foi mais do que suficiente para absorver esse resultado negativo. As contas públicas tiveram déficit primário de R$ 16,793 bilhões em dezembro. Incluindo as despesas com juros, que somaram R$ 16,762 bilhões, o resultado nominal ficou negativo em R$ 33,554 bilhões. No ano, entretanto, o superávit primário atingiu R$ 118,037 bilhões, o maior valor da série histórica do Banco Central, iniciada em 1991. O dado nominal - que inclui os gastos com juros - equivaleu a 1,53% do PIB em 2008, melhor resultado da série. O governo tem como meta informal atingir um resultado nominal zero em 2010. "A redução nos encargos da dívida associado a essa poupança nas diversas esferas de governo é que levou a que nós tivéssemos esse resultado nominal recorde", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Setores Tanto o chamado governo central quanto os Estados e municípios fecharam as contas primárias de dezembro no vermelho. "O déficit do governo central foi influenciado pela emissão de títulos para o Fundo Soberano do Brasil, no valor de R$ 14,2 bilhões", destacou o BC em nota. No ano, o governo central acumulou superávit primário de R$ 71,308 bilhões. Os Estados e municípios fizeram uma economia para pagamento de juros de R$ 30,575 bilhões, enquanto as empresas estatais tiveram superávit primário de R$ 16,155 bilhões. Dívida O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público atingiu valor equivalente a 36% do PIB no mês passado, frente a 35% em novembro e 42% em dezembro de 2007. A dívida recuou em termos nominais, para R$ 1,069 trilhão em dezembro, frente a R$ 1,150 trilhão há um ano. Em 2004, quando a dívida começou a cair, a relação estava em 52,4%. A desvalorização do real contribuiu para uma redução de R$ 98,2 bilhões no endividamento no ano passado. Isso ocorre porque os ativos do País em dólares atualmente (reservas internacionais) superam os seus passivos.
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