Swatch processa autoridades da Malásia por apreensão de relógios com arco-íris LGBT+

Relógios decorados com a bandeira LBGT+ foram apreendidos em maio

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Redação
Por Redação

A Swatch, fabricante suíça de relógios, entrou com uma denúncia nos tribunais da Malásia contra as autoridades pela apreensão, ocorrida em maio, de uma coleção de relógios decorados com a bandeira do arco-íris LGBT+ em várias lojas.

A Swatch, fabricante suíça de relógios, entrou com uma denúncia nos tribunais da Malásia contra as autoridades pela apreensão de uma coleção de relógios decorados com a bandeira do arco-íris LGBT+  Foto: AP Photo/Katsumi Kasahara

PUBLICIDADE

A multinacional suíça apresentou a denúncia em 24 de junho para pedir compensação e a devolução dos 172 relógios confiscados. O caso tornou-se público na segunda-feira, 17, após a publicação de um artigo do jornal local Malay Mail.

Em maio passado, a polícia apreendeu os relógios de várias lojas no país devido à sua associação com o orgulho LGTBI+ uma iniciativa criticada por grupos defensores dos direitos humanos, que a veem como um ataque a essa comunidade.

Segundo a denúncia citada pelo Malay Mail, a Swatch alega que as apreensões foram “irracionais” e que os relógios não representavam nenhum risco para a ordem pública, moralidade ou qualquer outra lei.

Publicidade

Em um e-mail enviado à EFE, a empresa suíça indicou que, como regra geral, não comenta casos judiciais em andamento.

Qualquer forma de expressão do coletivo LGBT+ é polêmica na Malásia, onde mais de 60% de seus 34 milhões de habitantes são muçulmanos, enquanto o restante professa o budismo (19%), o cristianismo (9%) e o hinduísmo (6%), entre outras religiões.

O atual primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, passou cerca de uma década na prisão sob acusações de sodomia e corrupção, que ele nega, mas ao chegar ao poder enfatizou que seu governo não concederá mais direitos a pessoas lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais.

Em setembro passado, a empresária transgênero Nur Sajat, dona de uma marca de produtos de cosméticos, fugiu da Malásia depois de ser acusada de violar a lei islâmica e, após ser temporariamente detida na Tailândia, foi acolhida na Austrália.

Publicidade

Os filmes “A Bela e a Fera” (2017) e “Thor: Amor e Trovão” (2022) foram retirados da Malásia por conterem cenas com referências LGBT+./EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.