Tarcísio diz que elevar ICMS agora seria covardia: ‘Tem indústria sem encomenda neste fim de ano’

Governador defendeu corte de gastos em São Paulo e chamou incentivos regionais incluídos no texto da reforma tributária no Congresso de ‘puxadinhos’

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Foto do author Francisco Carlos de Assis
Atualização:

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 11, que não planeja elevar alíquotas de ICMS do Estado. Durante fórum da XP, ele disse que seria covardia aumentar imposto num momento em que algumas indústrias estão sem encomendas.

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Sem motivos para acreditar em aumento estrutural da arrecadação, que já está em baixa, Tarcísio prometeu enfrentar a situação com cortes de gastos. “A questão não é mais se cortar gastos é possível, temos de cortar gastos”, declarou.

Segundo ele, investimentos em áreas como saúde e infraestrutura não estão sendo feitos pelo inchaço da máquina pública. Ele prometeu eliminar 4,7 mil cargos na reforma administrativa do governo estadual, sem comprometer o funcionamento dos serviços públicos. “É imperioso, temos que fazer. Temos que cortar gastos e vamos cortar”, afirmou.

Ao falar sobre a reforma tributária em discussão no Congresso, criticou os incentivos regionais, aos quais chamou de “puxadinhos”, introduzidos por senadores no texto. “Tem que fazer a reforma tributária para valer, sem puxadinhos.”

O governador acrescentou que a proposta de emenda constitucional vai ser votada sem uma definição de qual será a alíquota de referência do imposto sobre valor agregado, o IVA. “Acho que exagerou na dose”, disse sobre as mudanças da reforma no Senado.

Tarcísio foi um dos governadores que havia dito que aumentaria o ICMS, e culpado a reforma tributária (que ainda não foi promulgada) Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO CONTEÚDO

Os ataques do governador paulista foram dirigidos, sobretudo, à emenda que prorroga incentivos à produção de carros no Nordeste e a criação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para beneficiar a Zona Franca de Manaus (ZFM).

“Se a reforma tributária vem para acabar com distorções, é um absurdo trazer a guerra fiscal para dentro dela”, disse Tarcísio. Segundo ele, os deputados paulistas que votarem pela reforma na versão atual estarão votando contra os interesses do Estado. O governador prometeu brigar até o fim para que Câmara corrija os “exageros de benefícios” cometidos pelo Senado.

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