Temer, Doria e Meirelles vão a Davos vender um 'novo' Brasil

Evento da elite mundial econômica na Suíça questiona conquistas atuais e planos de lideranças regionais para o futuro do País

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Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:

GENEBRA – Com uma das maiores delegações dos últimos anos, o Brasil chega na semana que vem à cidade de Davos, na Suíça, na esperança de atrair investidores com o argumento de que existe uma retomada da economia. 

Manifestantes fazem protesto contra Fórum Mundial Econômico, em Berna, na Suíça, em 13 de de janeiro Foto: Christian Merz/Efe

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Na programação, o Fórum Econômico Mundial colocou na agenda o debate: “Moldando a nova narrativa do Brasil”. No dia 24 de janeiro, mesma data do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre (RS), o presidente Michel Temer  apresenta sua agenda para 2018 em defesa da necessidade de reformas. 

+++ Após 4 anos, Davos terá um presidente brasileiro

O debate contará ainda com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), com Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú Unibanco, e Paul Bulcke, CEO da Nestlé. 

“Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018”, indica Davos, em seu programa. “Quais são os principais conquistas atuais e qual visão têm líderes regionais e globais para o Brasil no futuro?”, questiona a entidade. Davos destaca que, em março, o evento regional do Fórum será sediado em São Paulo, com o título: “A América Latina em um momento de virada” 

Temer ainda terá a ocasião de falar para os empresários internacionais na manhã do dia 24, inclusive respondendo a perguntas. Cuidadosamente agendada, o debate ocorre pela manhã, antes do julgamento de Lula, no Brasil. Essa será a primeira vez em quatro anos que um chefe de Estado brasileiro falará em Davos para a elite econômica mundial.

No dia 24 de janeiro, Doria debaterá “as mudanças políticas” na América Latina, além de “reformas estruturais e como isso vem “remodelando o cenário regional”. O debate contará ainda com a presença do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, com o ministro de Comércio do Equador, Pablo Campana, e com uma representante da entidade Transparência Internacional, Delia Rubio.A agenda inclui as consequências das investigações anticorrupção, o impacto das seis eleições programadas para América Latina em 2018 e a integração regional. 

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No mesmo dia, Doria ainda fará parte de um segundo debate, sobre o impacto da internet. Ele fala ao lado do ministro de Comunicação saudita, Abdullah Alswaha, e da CEO da BSA, Victoria Espinel. 

Pedro Parente, CEO da Petrobrás, também marca a volta da empresa a Davos. A estatal, antes do escândalo da Lava Jato, chegou a financiar uma iniciativa do Fórum contra a corrupção. Parente falará sobre transição energética, mudanças climáticas e inovação. 

 A comitiva brasileira, uma das maiores em anos, ainda contará com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele falará sobre “os novos paradigmas de crescimento” nos países emergentes e sobre as reformas estruturais. O evento também conta com o ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, que pediu demissão em 3 de janeiro, Fernando Coelho (Minas e Energia) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). 

+++ Protestos Anti-Trump se organizam em Davos

TRUMP Neste ano, o grande astro de Davos será o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agendado para falar no dia 25 de janeiro a empresários de todo o mundo. Ele desembarca com sete ministros e uma delegação de dezenas de pessoas. Sua presença, porém, vem causandopolêmica e entidades suíças e mesmo políticos se organizam para pedir que o país não receba o presidente americano.

Os organizadores do evento da elite econômica mundial insistem que tem, como regra, convidar todos os chefes de governo dos países do G-20, independente de quem esteja no poder. Neste ano, além de Trump, Davos deve contar com Emmanuel Macron, da França, eNarendra Modi, da Índia. Para entidades suíças, no entanto, é a presença do americano que gera indignação. Ele será o primeiro chefe da Casa Branca desde 2000 a visitar Davos. 

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