Nesta época do ano passado, quase ninguém nos Estados Unidos sabia o que era Temu. Agora, enquanto os consumidores norte-americanos lutam contra a alta da inflação, o aplicativo de compras de uma start-up chinesa de tecnologia está em alta, com vendas superando às da rival Shein.
Os gastos na Temu - um e-commerce apoiado pelo gigante PDD da China - estava 20% acima do varejista de fast-fashion Shein nos EUA, em maio, de acordo com a Bloomberg Second Measure, que analisa bilhões de transações com cartão de crédito e débito.
A plataforma tem sido o principal aplicativo iOS baixado nos EUA durante a maior parte dos dias em 2023, com base em métricas que incluem downloads, engajamento e retenção, de acordo com o pesquisador de aplicativos móveis Apptopia. Ele teve mais downloads globais do iOS do que qualquer outro aplicativo de compras no período de seis meses após o lançamento, mostram os dados da Apptopia.
Os dados fazem com que a meta inicial de vendas da Temu na América do Norte pareça modesta: registrar pelo menos um único dia de valor bruto de mercadoria superior a Shein até setembro de 2023, para marcar o aniversário da entrada no mercado dos Estados Unidos.
A Temu é a mais recente de uma série de marcas apoiadas pela China que buscam atrair compradores americanos preocupados com os preços, apesar da tensão entre Pequim e Washington em todos os aspectos, desde alegações de espionagem a direitos humanos, juntamente com o desejo dos EUA de afastar as cadeias de suprimentos globais do que enxergam como um excesso de confiança na China.
Ao contrário da Shein, que produz seus próprios itens de moda de marca, Temu é um mercado terceirizado semelhante à Amazon e apenas uma fração dos gastos do cliente se traduz em sua própria receita.
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Ainda assim, no mesmo mês em que a Temu superou a Shein em gastos nos EUA, a varejista de fast-fashion lançou seu próprio mercado online no país, permitindo que outros comerciantes vendessem seus produtos. A classificação da loja de aplicativos da marca provavelmente se deve a downloads acionados por campanhas de instalação de aplicativos ou publicidade, disse Adam Blacker, diretor de conteúdo e comunicações da Apptopia.
“O ambiente econômico atual certamente está ajudando a Temu, com consumidores procurando obter as mesmas coisas que precisam por menos para combater a inflação”, disse ele. Mas “será que a música vai parar quando a máquina de anúncios pagos for desligada?” Temu não respondeu a um pedido de comentário.
Plataforma enfrenta obstáculos
Apenas alguns meses após sua estreia nos Estados Unidos, Temu está lutando contra o escrutínio de autoridades americanas que temem possíveis riscos à segurança de dados, depois que a loja de aplicativos Android do Google suspendeu o Pinduoduo, citando preocupações com malwares. Montana - o primeiro estado a proibir o TikTok - também decidiu proibir vários outros aplicativos de origem chinesa, incluindo Temu, com base em que podem “fornecer informações ou dados pessoais a adversários estrangeiros”.
A Shein também agiu rapidamente para conter uma ameaça ao seu domínio, processando a Temu em um tribunal dos EUA em dezembro, alegando que o aplicativo “infringiu intencional e flagrantemente” suas marcas registradas e se envolveu em “concorrência desleal e práticas comerciais falsas e enganosas”, incluindo o uso de imagens protegidas por direitos autorais da Shein como parte de suas próprias listas de produtos.
Para reduzir custos, a Temu exige que os fornecedores ofereçam preços ultrabaixos e aqueles com as ofertas mais baixas ganham os pedidos, irritando cada vez mais alguns donos de fábricas chinesas que dizem ser forçados a sacrificar a qualidade para fechar contratos./WP Bloomberg.
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