Ternium e Nippon não chegam a acordo sobre Usiminas

Justiça de Minas Gerais buscava conciliação entre os dois acionistas do bloco de controle da siderúrgica

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Foto do author Fernanda Guimarães

Os sócios controladores da siderúrgica mineira Usiminas – os grupos ítalo-argentino Ternium/Techint e o japonês Nippon Steel – não chegaram a um acordo em reunião realizada nesta segunda-feira, 11, a pedido da Justiça, em Belo Horizonte, apurou o Broadcast, notícias em tempo real do Grupo Estado.

O encontro ocorreu na tentativa de colocar um fim no embate entre os sócios, que já dura quase dois anos. A Nippon Steel discorda, dessa vez, da eleição do novo presidente da siderúrgica mineira, Sergio Leite, alegando que não houve consenso no bloco de controle, conforme exige o acordo de acionistas. Em processo que corre em segredo de Justiça, a companhia pede ainda um interventor para a companhia.

Grupo Nippon quer um interventor na Usiminas Foto: Divulgação

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Fontes afirmaram que na reunião, que foi rápida, estavam presentes apenas advogados representantes de ambas as empresas. A Nippon Steel quer a saída de Leite, que substituiu Rômel de Souza, nome de confiança da empresa japonesa e que ocupou o cargo por quase dois anos. Souza ficou no lugar de Julián Eguren, ex-presidente da Usiminas afastado pelo conselho de administração da empresa, em decisão também sem consenso.

Agravo. No agravo de instrumento interposto na semana passada, além de pedir que o Poder Judiciário indique o diretor-presidente da Usiminas, em substituição a Sérgio Leite, a Nippon solicita ainda mudança na composição da diretoria para que o grupo, hoje com cinco integrantes, seja formado, além do nome indicado à Presidência, por dois membros de cada controlador – ou seja, dois da Nippon e dois da Ternium. Atualmente, a diretoria executiva da Usiminas é formada por um diretor indicado pela Ternium, um pela Nippon, e três independentes, sendo um deles Sérgio Leite, que fez sua carreira na própria Usiminas.

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A defesa da chegada de um interventor indicado pela Justiça, no entanto, não é apoiada pelos minoritários da companhia, apurou o Broadcast. “Uma intervenção poderá levar à deslistagem da Usiminas e à perda absoluta de valor de mercado e da liquidez das ações”, disse uma fonte.

Além da briga entre os sócios do bloco de controle, esses acionistas também são contra a indicação de dois membros independentes indicados pela CSN, de Benjamin Steinbruch, maior acionista fora do bloco de controle. Procurados, Ternium e Nippon não comentaram.

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