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Tesouro Direto mira horizonte de décadas

Com baixo risco, investidores podem comprar papéis que vencem até 2065

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Por Estadão Blue Studio
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Longo prazo, baixo risco e opções variadas de indexadores. Com essas três características arraigadas em seu modo de funcionar, o Tesouro Direto apresenta um perfil interessante para investidores que estejam mirando ao menos cinco anos, ou até décadas, para frente.

Por existirem títulos que vencem, hoje, em mais de 40 anos, pessoas jovens, que estejam começando seus investimentos, tendem a se interessar pelo produto. Lembrando que o risco dos vários tipos dessa aplicação está atrelado ao chamado risco soberano, ou seja, o risco de o Brasil não ter dinheiro em caixa para honrar seus compromissos.

Não existe muito como fugir do Tesouro Direto em planejamentos de mais longo prazo, avalia a economista Alessandra Ribeiro, membro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) e diretora da Tendências Consultoria. “Primeiro, pela própria segurança, que por ser um título oferecido pelo governo federal tem o respaldo de ser um título público. E também pela rentabilidade para prazos, inclusive bem longos”, diz a economista.

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Os títulos disponíveis atualmente no mercado contam com prazos que vão até 2065 e com índices de reajuste dos investimentos atrelados à inflação. Significa dizer que eles protegem o dinheiro do investidor da inflação por mais de 40 anos e ainda oferecem rentabilidade atraente. No caso do título de 2065, por exemplo, além da inflação, o produto oferece juro real na casa de 5,6% ao ano.

Divulgação Foto: Arte Estadão Blue Studio

“Os títulos do Tesouro são uma das principais opções para o longo prazo por conta da sua liquidez (facilidade de vender no mercado secundário), baixa volatilidade, prazos longos de vencimento e risco de crédito quase nulo. Sem dúvida são ativos que devem compor a carteira de qualquer investidor, independentemente do seu perfil de risco”, avalia Calil Filippelli, gestor de fundos da Ouro Preto Investimentos.

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Apesar de concordar que o Tesouro Direto apresenta baixíssimo risco e uma boa liquidez, a rentabilidade nem sempre é tão atrativa para a pessoa física, por causa da incidência do imposto de renda sobre os rendimentos, analisa Gustavo Saula Alves, analista de investimentos da Solutions Family Office. “A chave para ter um planejamento financeiro de longo prazo mais assertivo é a diversificação. Os títulos soberanos também possuem risco de inadimplência, mesmo sendo extremamente baixo”, comenta Alves.

Alternativas

A construção de uma carteira de investimentos diversificada não deve focar apenas nos riscos, mas também no emissor dos produtos que estão sendo comprados, segundo Filippelli, da Ouro Preto. “Para investidores mais conservadores, é recomendado a compra de títulos com pontas prefixadas, como Tesouro Selic e Tesouro IPCA+, que variam conforme indicadores de mercado, como taxa de juros e inflação”, diz.

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Segundo o especialista em investimentos, existem outras boas alternativas no mercado, dentro dos chamados títulos privados. “Os CDBs, LCAs, LCIs e debêntures funcionam da mesma forma que o Tesouro Direto, só que, em vez de o emissor ser o Tesouro, é uma empresa privada, como bancos, financeiras e outras grandes empresas”, complementa.

Os títulos privados, geralmente, oferecem uma rentabilidade um pouco mais elevada do que os títulos públicos por possuírem um risco de crédito maior. Dessa forma, recomenda

Filippelli, no caso dos papéis privados, o investidor deve se atentar à capacidade de pagamento do emissor, às garantias dadas e se o investimento é coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “O mais seguro é investir em títulos bancários (de preferência de grandes bancos), pois possuem FGC e têm baixo risco de crédito. O FGC cobre até R$ 250 mil para cada investidor por instituição financeira emissora. Por isso é importante diversificar a alocação por emissor”, aconselha Filippelli.

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Raio X do Tesouro

Uma das aplicações mais seguras no País

• Ideia surgiu em 2002, a partir de um acordo entre o Tesouro Nacional e a B3. Programa permite a compra e venda de títulos públicos – na prática, investidor empresta dinheiro ao governo

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• Papéis com diferentes tipos de rentabilidade, prazos de vencimento e fluxos de remuneração (alguns devolvem parte dos ganhos antes do vencimento)

• A aplicação mínima é de R$ 30, e a máxima alcança o valor mensal de R$ 1 milhão por pessoa

• O investidor pode optar por informar o valor financeiro ou a quantidade de títulos que deseja comprar. Caso selecione o valor, o próprio sistema do Tesouro ajusta para a quantia mais próxima que corresponda a uma quantidade de títulos múltipla de 0,01, com as taxas de serviços já incluídas

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• Um exemplo: o Tesouro IPCA tem o rendimento atrelado à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros

• Novidade: O recém-criado Tesouro Renda+ permite ao investidor planejar uma renda para sua aposentadoria

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