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Tesouro: dívida pública tem alta de 2,25% em junho; participação de estrangeiros aumenta

Estoque da dívida fechou o mês em R$ 7,067 trilhões; parcela dos investidores não residentes no Brasil passou de 9,76% em maio para 10,03% em junho

BRASÍLIA - O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 2,25% em junho e fechou o mês em R$ 7,067 trilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 29, pelo Tesouro Nacional. Em maio, o estoque estava em R$ 6,912 trilhões.

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A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 73,80 bilhões no mês passado, enquanto houve uma emissão líquida de R$ 82,20 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve alta de 1,93% em junho e fechou o mês em R$ R$ 6,754 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 9,86% maior no mês, somando R$ 313,61bilhões ao fim de junho.

A participação dos investidores estrangeiros no total da dívida pública teve alta em junho. Segundo o Tesouro, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de 9,76% em maio para 10,03% no mês passado.

Tesouro Nacional é uma das secretarias do Ministério da Fazenda Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO

No fim de 2023, a fatia estava em 9,48%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 677,72 bilhões em junho, ante R$ 647,08 bilhões em maio.

A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras, com 30,70% em junho, ante 30,41% em maio. A parcela dos fundos de investimentos passou de 22,73% para 21,99% em junho. Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 22,90% para 23,07% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 3,89% para 3,94% na mesma comparação.

Divergência de apetite ao risco

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, afirmou que o aumento na participação dos investidores não residentes no total da Dívida Pública brasileira em junho explica uma certa divergência de apetite ao risco do investidor doméstico e estrangeiro. Os fundamentos econômicos do Brasil, segundo ele, trazem segurança para os não residentes.

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Dias destacou que, mesmo em um ambiente de elevação na curva de juros doméstica, houve uma alta na participação de estrangeiros. “Os fundamentos da economia brasileira como um todo se mostram consistentes. A gente tem uma inflação baixa, a gente tem um fiscal sinalizando uma consolidação fiscal, temos indicadores de balanço de pagamento bastante saudáveis. Então, a gente tem um conjunto de fundamentos econômicos que trazem essa percepção de segurança para investidor não residente”, explicou Dias.

Dias afirmou que houve em julho uma melhora na percepção de risco dos investidores em relação aos países da América Latina. Segundo ele, os sinais de corte de juros nos Estados Unidos, a desaceleração na inflação doméstica e as sinalizações da política fiscal do Brasil contribuíram para este cenário.

“Chamamos atenção para indicadores de inflação e prêmio dos Estados Unidos que aumentaram a expectativa de corte de juros a partir de setembro. Também contribuíram para esse movimento a desaceleração da inflação doméstica, sinalização da política fiscal doméstica, e melhor percepção de risco dos investidores em relação aos pares, que contribuiu para apresentar melhora na curva de juro”, disse Dias.

Ele afirmou que o Tesouro Nacional reduziu o volume de emissões em junho diante do cenário econômico mais incerto e destacou que, no mês passado, houve uma elevação na curva de juros doméstica, o que refletiu no aumento das taxas dos títulos públicos.

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Dias disse que o movimento observado no ano continua sendo as maiores emissões em papéis remunerados pela Selic, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Em junho, o aumento da parcela da DPF atrelada ao câmbio ocorreu por emissão e desvalorização cambial, explicou.

O coordenador-geral disse ainda que o estoque da dívida começou no mês de junho a se aproximar dos parâmetros estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF). As balizas do plano precisam ser cumpridas até dezembro. A diversificação na composição da dívida, segundo ele, garante uma certa estabilidade no custo médio da DPF.

Dias ressaltou ainda que a reserva de liquidez registrada em junho está em valor bem acima do nível prudencial. O Tesouro, segundo ele, prevê uma redução de colchão nos próximos meses em decorrência do alto volume de vencimentos esperados para o próximo trimestre. “É provável que nos próximos períodos o índice de liquidez vá para casa de sete meses”, disse.

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Em relação ao cenário internacional, ele destacou que houve deterioração na percepção de risco na América Latina em função das eleições no México.

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