A rede de moda TNG entrou com pedido de recuperação judicial na sexta-feira, 21. A empresa, que já enfrentava dificuldades antes da crise decorrente da pandemia, creditou a decisão aos quase 50 dias em que parte de suas lojas ficaram fechadas em 2021.
"Nos dias em que ficamos abertos, a receita ainda foi 25%, 30% menor do que era antes", afirmou em nota o fundador da companhia, Tito Bessa Junior, ao Estadão/Broadcast. Segundo ele, a recuperação judicial foi protocolada para a empresa ter fôlego e aproveitar a melhora geral da economia no pós-pandemia. "Apesar da pecha negativa da RJ, a nossa decisão foi para que possamos nos reconstruir."
A companhia deve apresentar um plano de reestruturação em até sessenta dias. O processo está sendo assessorado pelo escritório de advocacia Moraes Jr. e pela consultoria Siegen. "Vamos pedir uma carência de dois anos para os pagamentos, tentar descontos em algumas situações", disse Bessa. Os débitos da TNG totalizam mais de R$ 200 milhões, de acordo com ele. Nos últimos anos, a TNG estava executando planos de reestruturação de despesas, e contratos vinham sendo renegociados e encerrados. "Reduzimos e trocamos operações que apresentavam um poder lento de recuperação e com custos desproporcionais à receita." Durante a pandemia, foram fechadas 70 lojas da rede, que permanece com 100 unidades. Bessa, que também é presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), afirmou que as restrições prejudicaram todos os lojistas e poderiam ter sido feitas de outras formas.
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