Há 38 anos no mercado e mais de 150 mil unidades residenciais entregues em quase quatro décadas, a Kallas fez 16 lançamentos no ano em que se instaurou a pandemia. Foram 3.436 unidades, todas na cidade de São Paulo e Região Metropolitana, e registrou um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,5 bilhão, de acordo com os dados da companhia. Um crescimento de quase 95% em relação aos R$ 780 milhões de 2019.
O desempenho garantiu sua participação no Top Imobiliário, figurando no ranking das três categorias do prêmio, depois de ter ficado de fora da premiação em 2020. Está em sexto lugar entre as incorporadoras e também entre as construtoras. No ranking das vendedoras, ocupa a oitava posição.
Para 2021, as projeções são positivas, apesar de a empresa ter suspendido lançamentos no primeiro trimestre, “por uma questão estratégica”, segundo informou a empresa em respostas enviadas à reportagem.
No entanto, as vendas foram “robustas”, apesar das dificuldades impostas pela segunda onda da pandemia, de acordo com a Kallas. No período, o volume de vendas líquidas atingiu R$ 222,7 milhões, informa, representando um aumento de 115% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Diante desse resultado, a Kallas revela que continuará com sua estratégia de lançamentos e vendas e ressalta que está bastante capitalizada e pronta para aproveitar o “bom momento” do mercado imobiliário, de acordo com as respostas enviadas. E informa que o landbank, ao final do primeiro trimestre, era de R$ 6,1 bilhões, com 47 terrenos e 20,4 mil unidades em potencial. Na visão da empresa, esse cenário dá fôlego para sustentar o crescimento.
Premium
A diversificação é parte da estratégia do grupo. A Kallas Arkhes é focada no segmento premium com produtos no valor de R$ 350 mil a R$ 20 milhões. Entre os seus lançamentos está o Veritás Vila Madalena. Com plantas de 163 m² e 297 m², tem 4 dormitórios e está localizado a 600 metros da Estação Sumaré do metrô.
A Kazzas, outra integrante do grupo, é voltada para o mercado de empreendimentos econômicos, com tíquete médio de R$ 230 mil. Entre os lançamentos está o Quaddra Butantã (que contempla o Casa Verde e Amarela), com unidades de 24 m², 33 m² e 44 m², um e dois dormitórios, distribuídos em quatro torres.
No ano passado, foi criada outra marca: a K’urb. Sua proposta é atingir o público que busca a primeira moradia, contemplando toda a infraestrutura de comércio, lazer, e serviços necessários. Os preços são de R$ 137 mil, em média, a unidade.
Os projetos são criados, conforme a Kallas, para alinhar qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, tendo a sustentabilidade como um dos focos.
Segundo a empresa, a diversificação foi um dos focos para ultrapassar o duro início da pandemia, em que as vendas caíram e havia incertezas de como o mercado se comportaria.
Além disso, o grupo apostou em tecnologia. No auge da pandemia, os esforços de vendas foram totalmente canalizados para o time online. Para a Kallas, a medida só foi possível porque a ela já possuía sua empresa de vendas, a KV, e seus empregados receberam treinamento online pela Universidade Kallas, a fim de aprimorar as técnicas de comercialização.
No balanço geral, a participação das vendas online aumentou de 2% do total (2019) para 13% (dezembro de 2020). E hoje, o cliente pode realizar tours virtuais e assinar os contratos digitalmente.
Custos
De acordo com a Kallas, todo o setor vem sentindo o aumento dos custos refletido no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e cada companhia vem adotando estratégias específicas para lidar com a questão.
Pode envolver, por exemplo, um foco maior nas negociações com fornecedores, antecipação de compras e desenvolvimento de novas tecnologias para a redução de custos.
A Kallas, porém, informa que o INCC não interfere na decisão de lançamento, pois os juros ainda estão em níveis historicamente baixos e o déficit habitacional no País é enorme.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.