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Empresas têm alta performance do econômico ao alto padrão

Construtora Cury concentra mais de 75% dos lançamentos no MCMV, proporção que Cyrela detém no médio e alto padrão

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Duas empresas com alvos bem distintos conquistaram o topo do pódio do Top Imobiliário. A Cury concentra mais de 75% de suas operações em imóveis enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com teto de preço de R$ 350 mil. No caso da Cyrela, 52% dos lançamentos é de alto padrão, porcentual que, somado à produção para a classe média, também chega ao volume de 75% do total. Nos dois lados do mercado, ambas exibem alta performance e planejam crescer mais neste ano.

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Especialista em produtos econômicos, a Cury é a número 1 no ranking das Construtoras da premiação. De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), lançou 19 projetos, com 50 torres e 11 mil apartamentos, avaliados em R$ 3,1 bilhões. O crescimento foi de 25% em unidades residenciais e de 38% em valor em 2023, ano base para a premiação deste ano.

A Cury escolhe localizações centrais de São Paulo, próximas aos eixos de transporte, com metrô e ônibus para seus empreendimentos. “Projetados com farta oferta de lazer”, diz Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial da Cury, citando piscinas, quadras esportivas e academia. “São apartamentos de R$ 220 mil a 450 mil.” O preço do metro quadrado varia de R$ 7 mil a R$ 9 mil, dependendo da região.

O ano de 2023 marcou o 60.º aniversário da Cury, que registrou recordes em lançamentos e vendas. Foram 29 empreendimentos, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 4,4 bilhões para o total de 15,7 mil apartamentos lançados.

Mesquita destaca dois lançamentos. O Cidade Mooca – San Pietro, com VGV de R$ 237 milhões, na zona leste de São Paulo, e o Guido Parque Nações Unidas (VGV de R$ 107 milhões) na zona sul.

O foco da construtora está nas faixas mais altas do MCMV, com 78% dos lançamentos com preços entre R$ 180 mil e R$ 350 mil, conforme indica o balanço anual.

Na ponta das vendas, o resultado alcançou R$ 4,15 bilhões no ano passado, também concentrado nessa mesma faixa, com 76% do volume de negócios fechados.

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Futuro

A Cury atua em duas cidades: São Paulo, que absorve 66% dos lançamentos, e Rio de Janeiro. O banco de terrenos é estimado em R$ 15,6 bilhões de VGV para o futuro lançamento de 52 mil unidades.

Com o crescimento impulsionado pelo MCMV e pela revisão do Plano Diretor de São Paulo, a Cury acelerou o ritmo no primeiro trimestre deste ano, lançando 10 empreendimentos, metade em São Paulo. O VGV de R$ 1,88 bilhão refere-se a 6 mil habitações.

Neste ano, o preço médio das unidades subiu para R$ 316 mil, alta de 14% em comparação com 2023. Uma tendência, segundo Mesquita, é oferecer lazer na cobertura. “Os rooftops com vista viraram um item de muita procura”, diz. “São áreas de descompressão e confraternização dentro de um condomínio.”

Lançado neste ano, o condomínio Yunes Park, em Interlagos, tem rooftop, visto como uma tendência nos produtos econômicos da Cury.  Foto: Cury/Divulgação

Campeã na categoria das Incorporadoras, a Cyrela fez 22 lançamentos com 6,7 mil apartamentos em 2023 na cidade de São Paulo e na região metropolitana, segundo a Embraesp. Apesar da redução do volume, cravou aumento de 32% em valor monetário, que atingiu R$ 5,5 bilhões.

Aumento

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“Mesmo com menor número de unidades, o preço e o VGV ficaram maiores”, diz Orlando Pereira, diretor comercial da Cyrela. “E o mercado aceitou.” Segundo ele, os insumos da construção, como prestação de serviços e mão de obra, subiram e foram repassados para o preço. Neste ano, sua percepção é de que “os preços continuem subindo, principalmente pela reposição de terrenos cada vez mais difícil”.

No Brasil, de acordo com seu balanço, a Cyrela registrou crescimento de 7% no VGV lançado, chegando a R$ 9,76 bilhões no ano passado. A maior parcela (52%) foi de produtos de alto padrão, seguido pelo médio (29%). Os imóveis econômicos, com a marca Vivaz, ficaram com uma fatia de 25%.

Neste mês, a Cyrela faz o lançamento do Escape Eden com unidades compactas voltadas para público investidor. Além de estúdios, com 26 a 45 m², traz apartamentos de 1 a 3 dormitórios. Serão 252 unidades residenciais, com preço médio de R$ 18 mil por m². O VGV é R$ 300 milhões. Terá torre única, com áreas de lazer separadas e acessos distintos por meio de elevadores.

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Escape Eden é a 3ª fase do megaprojeto Eden Park by Dror, da Cyrela, que terá parque com 8 mil m2 de área verde.  Foto: Cyrela/Divulgação

Torres

O Escape Eden é o terceiro empreendimento do megaprojeto Eden Park by Dror, lançado no final de 2022 em um terreno de 42 mil m², no Brooklin, zona sul. Em 2023, foi lançada a Casa Eden by Yoo East & West. No total, serão seis torres residenciais e uma corporativa, além de shopping center e um parque com 8 mil m² de área verde.

As entregas estão programadas para 2026, com conclusão das obras em 2028. Assinado pelo designer israelense Dror Benshetrit, o projeto tem VGV de R$ 2 bilhões, é o maior da história da Cyrela, responsável pela incorporação e construção. A realização é da Lavvi e da Hines.

SP: área total lançada seria 7 vezes a altura do Pico da Neblina

Em 2023, a cidade de São Paulo recebeu 319 novos empreendimentos, com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 47 bilhões e uma área total de 6,1 milhões de m², 3,5% maior que a do ano anterior, de acordo com dados coletados pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). A área a ser construída deverá ser entregue em 2026, cumprindo um prazo padrão – estabelecido pelo setor imobiliário – de 36 meses, desde o lançamento até a conclusão das obras e entrega dos condomínios.

Essa área total de 6,1 milhões de m² é comparável a uma muralha de 117 edifícios exatamente iguais ao Edifício Itália, o quarto maior prédio de São Paulo, com 165 metros de altura e 46 andares. Inaugurado em 1965, é um marco da cidade, protegido pelo Patrimônio Histórico. Sua área construída é de 52 mil m². Caso fossem empilhados, um Edifício Itália em cima do outro, daria um prédio de 5.400 andares e mais de 19 mil metros de altura — quase 7 vezes mais que o Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com 2.994 metros de altitude, localizado na Serra do Imeri (AM).

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