PUBLICIDADE

Publicidade

‘Trabalho do Ministério da Fazenda e do BC está na direção correta’, diz presidente do Itaú

Haddad e Campos Neto construíram condições para melhora do cenário no Brasil, segundo Maluhy; em relação à falha nos aplicativos do banco, diz que durou mais do se imaginava

Foto do author Matheus Piovesana

São Paulo - O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, disse nesta terça-feira, 8, que a economia brasileira está na direção certa, e fez elogios ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ele, os dois construíram as condições para que o cenário para o País melhorasse nos últimos meses.

“Vemos sinais benignos e avanços muito positivos na direção correta”, afirmou, durante entrevista para comentar os resultados do banco no segundo trimestre. “O trabalho, tanto do ministro da Fazenda quanto do BC, está na direção correta.”

Presidente do Itaú espera que em 90 dias haja uma solução para a questão dos juros do crédito rotativo Foto: Taba Benedicto/Estadão

PUBLICIDADE

Maluhy afirmou que a política monetária restritiva, iniciada em 2021 pelo BC, foi correta e ajudou a controlar a inflação antes do que se vê em outros países, o que abriu espaço para que os juros no Brasil também caíssem antes. Do ponto de vista fiscal, ele disse que o arcabouço fiscal e as reformas são positivas, mas voltou a dizer que não podem gerar uma agenda de busca por uma arrecadação maior.

O executivo disse que as perspectivas para a segunda metade do ano são positivas, mesmo com um efeito ainda forte da Selic a dois dígitos. “No segundo semestre, a atividade deve arrefecer por efeito dos juros”, afirmou.

O Itaú Unibanco espera, nesse sentido, que a atividade do mercado de capitais aumente no segundo semestre. E, para Maluhy, essa retomada deve levar ao crescimento de algumas linhas de receita do banco. O Itaú BBA, banco de investimento do conglomerado, é líder na assessoria a operações de mercado de capital no País. “Todo retorno de atividade em mercado de capitais é positivo para o banco”, disse.

Para o executivo, um dos sinais positivos vem da indústria de fundos. Após o impacto inicial do caso Americanas, no início do ano, a captação dos fundos começou a se estabilizar, segundo ele, o que permite antever um cenário mais positivo para os próximos meses.

Falha nos aplicativos

Segundo Milton Maluhy, após atualizar os sistemas tecnológicos e investir no digital, o banco está abrindo contas com uma velocidade muito maior. “Nós levávamos 28 horas para abrir uma conta, o que realmente não fazia sentido. Atualmente, abrimos em quatro minutos”, disse.

Publicidade

Ele também falou sobre a falha tecnológica registrada nesta segunda-feira, 7: durante boa parte do dia, os aplicativos do Itaú, do Itaú Cartões e também do banco digital Iti ficaram fora do ar. O banco estendeu o horário de funcionamento das agências físicas em uma hora, e recomendou aos clientes que fossem até as unidades para buscar atendimento.

Segundo Maluhy, o evento foi “pontual”, em uma aplicação interna. “Durou mais tempo do que imaginávamos”, disse. O executivo pediu desculpas aos clientes, e disse que o banco não está imune a problemas, mas que busca aprender com eles. “A única certeza que eu tenho é que problemas virão, esperamos que sejam problemas diferentes e que a gente aprenda com eles.”

Juros do rotativo

O presidente do Itaú disse tambem, na entrevista, que o banco espera para os próximos 90 dias uma solução para os juros do crédito rotativo. De acordo com ele, a expectativa é de uma solução de longo prazo, que acomode os diferentes fatores envolvidos na indústria de cartões.

“Nos próximos 90 dias, nós vamos conseguir dar esse passo de longo prazo, e depois entender se vai ser necessária uma transição”, disse. Ele não apontou qual seria essa solução, mas disse que o assunto foi discutido entre todos os agentes, do governo e do Banco Central ao setor financeiro, e que o diálogo foi positivo.

O executivo afirmou que todos os agentes de mercado estão conscientes de que renúncias terão de ser feitas, mas que uma solução será encontrada. Ainda de acordo com ele, as bandeiras de cartão de crédito têm um papel importante na discussão, e estão conscientes da posição que ocupam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.