BRASÍLIA – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, dia 2, uma taxa de tarifas recíprocras em 10% para todos os países da América Latina, incluindo o Brasil, exceto às ditaduras Venezuela e Nicarágua.
Ao anunciar o taxação recíproca no que chamou de “Dia da Libertação” para recuperar a “Era de Ouro” dos EUA, Trump usou um quadro com a lista de países e a alíquota que será aplicada às exportações em geral de cada um deles. Segundo o republicano, a nova política tarifária vai trazer empregos e crescimento econômico ao país.
Os regimes do venezuelano Nicolás Maduro, com 15%, e do nicaraguense Daniel Ortega, com 18%, são as únicas exceções nas Américas à regra de 10%. Maduro e Ortega são os governantes que, segundo a Casa Branca, aplicam também as maiores tarifas na região aos produtores americanos.

Segundo projeção de Washington, Caracas impõe 29% de tarifas, e Manágua, 36% às importações de produtos americanos. Ambos receberam o que Trump chamou de “desconto” – uma taxa próxima da metade da que aplicam aos EUA, usada como regra em geral.
Segundo o presidente americano, essa era uma “gentileza” de sua administração em vez de aplicar tarifas totalmente recíprocas, porque seria “muito duro” para alguns países.
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A Bolívia, outro país cujo governo de Luis Arce rivaliza com os EUA, aparece com 10%, contra uma taxa de 20% aplicada por La Paz.
Todos os demais países latino-americanos na lista divulgada pela Casa Branca ficaram no corte de 10%. A regra valeu para todos que impõem entre 20% e 10% de taxa aos EUA. Esse é o menor patamar, a base das tarifas recíprocas anunciadas nesta quarta.
No caso do Brasil, a Casa Branca informou que as tarifas serão 10% em reciprocidade ao índice de 10% aplicado pelo País, segundo cálculo do governo americano, que inclui barreiras comerciais e manipulação do câmbio.
Nenhum país recebeu do mundo menos do que 10%. Isso ocorreu porque Trump deixou de lado o critério anunciando, quando resultaria em tarifas menores do que esse patamar. Se a regra de aplicar somente a metade fosse seguida, vários da América Latina teriam ficado abaixo com patamares de 5% até 9% - caso do Brasil, Chile, Argentina, Costa Rica e Equador, por exemplo.
Trump afirmou que espera em breve uma enxurrada de telefonemas de presidentes, primeiros-ministros, reis, rainhas e embaixadores pedindo exceções às tarifas.
O Brasil planeja fazer isso, mas ainda não com uma ligação de Lula. Uma nova reunião virtual está sendo agendada entre autoridades e técnicos de comércio exterior brasileiros e americanos.
Segundo ele, essas tarifas recíprocas atingem países que “tratam mal os EUA” e somente serão retiradas para quem decidir instalar fabricação interna de seus produtos nos EUA e deixar de desvalorizar a moeda.
“Eliminem suas tarifas, diminuam suas barreiras, não manipulem suas moedas, comprem bilhões de dólares em produtos americanos e nos deem proteção contra prejuízos econômicos”, retrucou Trump.