PARANAGUÁ - Do alto dos 76 metros de altura do superguindaste chinês comprado pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), a imagem é de um Lego gigante, em que as peças são movimentadas sem parar de um lado para o outro. De baixo, o cenário é aparentemente caótico, com contêineres coloridos espalhados por todos os cantos, ruas imaginárias e caminhões indo e vindo num ritmo frenético. Mas essa operação, que para um leigo seria traduzida como bagunça, é estrategicamente calculada - e organizada - para economizar tempo. Nesse mercado, ganha quem consegue encher ou esvaziar um navio em menos horas.
Desde que assumiu o comando do TCP, no Porto de Paranaguá (PR), há três anos, Luiz Antônio Rodrigues Alves transformou essa tese num mantra dentro da empresa. Primeiro, investiu pesado na expansão e modernização do terminal. Depois, estabeleceu um plano de carreira para os funcionários - são 800 no total - e criou bônus para quem melhorasse os índices individuais de produtividade. "Hoje todos sabem quais os objetivos a serem alcançados no dia para ter o seu bônus. As pessoas ficaram mais motivadas."
A estratégia deu tão certo que a movimentação média mensal de contêiner por hora cresceu 183% no período. Em 2010, antes de o fundo Advent International comprar 50% do TCP, o índice era de 30 movimentos por hora. Hoje está em 85 movimentos. Isso significa que um navio com 900 contêineres (450 para desembarcar e 450 para embarcar) demorava 30 horas no cais e agora, 11 horas. "Essa redução do tempo significou uma economia de R$ 120 milhões por ano para toda a cadeia", afirma Alves.
Ele explica que o tempo de espera de uma embarcação no cais virou o principal argumento de um terminal na disputa por novos clientes. "Cada hora de um navio parado tem um custo de US$ 6 mil. Nossa missão é atendê-lo da forma mais rápida possível. Quanto menos tempo o navio ficar atracado melhor", afirma o presidente executivo do TCP, que tem como principais concorrentes os modernos terminais de Itapoá e Navegantes, em Santa Catarina. "Na região, a competição entre os terminais é ferrenha", afirma o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli.
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