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Vale: novos conselheiros independentes devem ser escolhidos em dois meses

Com saída de dois executivos em um intervalo de quatro meses, restaram apenas seis conselheiros independentes; estatuto da companhia exige sete, mas companhia optou pelo formato com oito

RIO - Após a renúncia de dois conselheiros independentes em apenas quatro meses, membros do Conselho de Administração da Vale avaliam que a recomposição acontecerá no prazo de dois meses, podendo se estender a três, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A escolha acontece em meio ao processo de sucessão na liderança da companhia, que vai resultar na escolha do executivo que substituirá Eduardo Bartolomeo no posto de CEO.

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Com a saída de dois executivos do Conselho (José Luciano Penido, que renunciou em março, e Vera Marie Inkster, cuja renúncia aconteceu neste mês), restaram apenas seis conselheiros independentes. O estatuto social da companhia exige sete.

Por isso, foi iniciado um processo de seleção para ocupar os assentos vagos. Embora a escolha de apenas um novo conselheiro fosse suficiente para satisfazer o estatuto social, o Conselho de Administração optou pela recomposição no formato anterior: oito conselheiros independentes, quatro conselheiros ligados aos principais acionistas; e um representante dos trabalhadores.

Para que as duas cadeiras de conselheiro independente sejam ocupadas, o conselho contratou a consultoria Korn Ferry, que apresentará uma lista de nomes ao colegiado. Os conselheiros vão escolher dois, e eles serão submetidos a uma Assembleia Geral Extraordinária, ainda sem data para ser realizada. A expectativa é que o processo dure dois meses, conforme uma pessoa próxima ao colegiado.

Processo sucessório na Vale está sendo alvo de muitos questionamentos Foto: FÁBIO MOTTA / ESTADÃO

A escolha dos novos nomes terá como base o perfil dos membros que deixaram o Conselho de Administração, segundo pessoas a par do assunto. A nova composição vai pesar na escolha de um executivo para suceder Bartolomeo.

Os dois executivos que deixaram o conselho expressavam posições críticas às tentativas de participação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos decisórios da Vale, inclusive na decisão sobre a permanência ou saída de Bartolomeo, e, agora, na escolha da nova liderança.

O processo sucessório está em curso. A consultoria Russell Reynolds, contratada para encontrar potenciais ocupantes para a cadeira de CEO, apresentou uma lista com 15 nomes sugeridos, que acabou vazando para a imprensa neste mês.

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A lista apresentada pela Russell Reynolds teria desagradado o governo por não trazer nenhum nome alinhado com o Planalto, conforme comentários de bastidores.

O processo de sucessão já provocou uma divisão no conselho, em fevereiro, quando metade dos membros votou pela permanência de Bartolomeo, e a outra por sua substituição. Uma abstenção assegurou o empate. Enquanto isso, nos bastidores, o Planalto buscava influenciar a escolha e alçar o ex-ministro Guido Mantega ao cargo.

O impasse foi decidido no mês seguinte, quando a maioria decidiu prorrogar o mandato do executivo até o fim do ano (o encerramento ocorreria em maio) e então conduzir outro profissional ao posto. Bartolomeo vai apoiar a transição no início de 2025 e, depois, atuará como consultor (“advisor”) da companhia até o fim do ano.

O prazo para a aprovação da lista tríplice de candidatos selecionados pela Russell Reynolds é 30 de setembro, mas a expectativa é que isso aconteça antes.

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