Valor médio das compras online cai 16% no terceiro trimestre

Popularização do comércio eletrônico entre julho e setembro foi turbinada pela recuperação do emprego com baixa remuneração e auxílios do governo; produtos mais vendidos foram alimentos e itens de higiene pessoal, aponta Fecomércio-SP

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Foto do author Márcia De Chiara
Atualização:

O terceiro trimestre deste ano foi marcado pela intensa popularização do comércio online. Enquanto o faturamento real, descontada a inflação, cresceu 21% em relação ao mesmo período de 2021, o valor médio das compras caiu 16% na mesma base de comparação no Estado de São Paulo, aponta estudo feito pela Fecomércio-SP, com base nos dados do Ebit-Nielsen, que monitora as vendas online.

Fabio Pina, assessor econômico da Fecomércio-SP, projeta crescimento de 26% do faturamento do varejo online do Estado de São Paulo para este ano Foto: IARA MORSELLI / ESTADÃO / ESTADAO CONTEUDO

Entre julho e setembro, o gasto médio das compras online no Estado de São Paulo ficou em R$ 352. Houve um recuo também em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 358). Segundo o assessor econômico da Fecomércio-SP, Fábio Pina, os dados mostram que o varejo online se popularizou ainda mais no terceiro trimestre.

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“Tem muito mais gente procurando itens de menor valor nas lojas online, em busca de bens não duráveis, como alimentos, bebidas, artigos de higiene pessoal. São produtos de baixo custo e alto giro”, observa. No terceiro trimestre, houve um aumento de 126% no número de pedidos desses produtos em relação a igual período do ano anterior. E o faturamento de não duráveis cresceu 24% na mesma base de comparação.

O economista argumenta que essa popularização do comércio online reflete a recuperação do emprego puxada pelas vagas de menor remuneração, além do pagamento dos auxílios governamentais e a liberação dos recursos do FGTS. Esses movimentos combinados colocaram mais recursos no bolso das famílias de menor renda que foram às compras de itens do dia a dia.

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Recente pesquisa divulgada pelo Estadão mostrou que o sonho de consumo na Black Friday deste ano era a compra de carne e itens da cesta básica. E, de fato, a megaliquidação que ocorreu na última sexta-feira de novembro teve desempenho pífio para itens de maior valor, os bens duráveis.

A expectativa da Fecomércio-SP é que o varejo online paulista encerre este ano com vendas de R$ 66,7 bilhões e crescimento de 26% em relação ao ano passado. É uma taxa que representa mais que o dobro da registrada em 2021, que havia sido de 12%.

Para o ano que vem, diante das incertezas por conta da transição econômica e da forte base de comparação, Pina espera um avanço de 6% nas vendas online no Estado. “O comércio online não vai dobrar a cada ano”, afirma o economista. Ele acha que o desempenho do e-commerce no principal Estado consumidor do País ainda não atingiu a maturidade. Mas a tendência, daqui para frente, é de convergência do ritmo de crescimento das vendas online com as do varejo tradicional. E, muito provavelmente, novos consumidores conquistados na pandemia não vão recuar nas compras online.

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