Empresa do bilionário Warren Buffett registra lucro recorde em 2023, de US$ 97 bilhões

Berkshire Hathaway é conglomerado que possui dezenas de empresas em setores como seguros, manufatura, serviços públicos, transporte e varejo

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Por Michael J. de la Merced

THE NEW YORK TIMES - A Berkshire Hathaway, administrada há décadas por Warren Buffett, registrou o maior lucro anual de sua história no ano passado. Mas o seu CEO encontrou motivos para culpar a regulamentação governamental por prejudicar os resultados de alguns de seus maiores negócios.

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A companhia — cujas divisões incluem seguros, a ferrovia BNSF, uma concessionária de energia, tênis de corrida Brooks, Dairy Queen e doces See’s — divulgou US$ 97,1 bilhões em lucro líquido no ano passado, uma mudança acentuada em relação ao prejuízo de US$ 22 bilhões em 2022 devido a quedas de investimento.

A Berkshire também relatou US$ 37,4 bilhões em lucros operacionais no ano, um aumento de 21% em relação a 2022 — é a métrica financeira que Buffett prefere, porque exclui ganhos e perdas de investimentos em papel.

Esses ganhos vieram do poderoso motor no coração da Berkshire, suas vastas operações de seguros que incluem seguro e resseguro de automóveis da Geico. A divisão relatou US$ 5,3 bilhões em lucros após impostos em 2023, revertendo de um prejuízo no ano anterior graças a menos eventos catastróficos significativos, aumentos de taxas e menos sinistros na Geico.

O negócio pelo qual a Berkshire é mais conhecida, investimentos em ações utilizando o dinheiro que o negócio de seguros gera, também teve um bom desempenho no ano passado. A receita de investimento aumentou quase 48% em meio ao aumento das avaliações de mercado.

Mas duas das maiores operações não financeiras do conglomerado tiveram desempenho abaixo das expectativas. A BNSF, que opera a maior ferrovia de carga dos EUA, reportou US$ 5 bilhões em lucro operacional no ano, enquanto o negócio de utilities (que abarca empresas de serviços públicos, como energia) da Berkshire obteve US$ 2,3 bilhões. Os ganhos em ambos foram significativamente inferiores a 2022.

O bilionário Warren Buffett, que comanda a Berkshire Hathaway.  Foto: Nati Harnik/AP

Embora Buffett tenha apontado na sua carta anual aos investidores os desafios que ambas as divisões enfrentaram no ano passado — a BNSF foi prejudicada principalmente pela queda nos volumes de remessas e o negócio dos serviços públicos foi atingido por incêndios florestais mais frequentes — ele também apontou as regulamentações governamentais como desafios.

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No caso da BNSF, Buffett escreveu que “os aumentos salariais, promulgados em Washington, estavam muito além das metas de inflação do país”. E no que diz respeito ao negócio dos serviços públicos, ele falou longamente sobre regulamentações mais rigorosas em vários estados que prejudicaram a rentabilidade das empresas de energia. “O clima regulatório em alguns estados levantou o espectro de rentabilidade zero ou mesmo de falência”, escreveu ele, aludindo à Pacific Gas & Energy, na Califórnia, e à Hawaiian Electric, no Havaí.

Buffett alertou ainda que regulações mais rigorosas sobre os serviços públicos poderiam representar um problema mais amplo para a indústria e sugeriu que a Berkshire Hathaway poderia restringir os seus negócios em certos estados. “Nós não jogaremos conscientemente dinheiro bom atrás de dinheiro ruim”, escreveu ele.

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