IA, Musk, Apple, bancos: veja o que Buffett falou em reunião anual com acionistas

Bilionário Warren Buffett e seu parceiro de negócios Charlie Munger passaram o último sábado respondendo a perguntas na reunião de seu conglomerado Berkshire Hathaway

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Por Redação

O bilionário Warren Buffett disse que a inteligência artificial pode mudar o mundo, mas novas tecnologias não irão tirar oportunidades dos investidores, e ele está confiante de que os Estados Unidos continuará a prosperar apesar de suas amargas divisões políticas. Buffett e seu parceiro de negócios Charlie Munger passaram todo o último sábado, 6, respondendo a perguntas na reunião anual de acionistas de seu conglomerado Berkshire Hathaway, dentro de uma arena lotada em Omaha, nos EUA.

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“Novas coisas chegando não tiram as oportunidades. O que te dá oportunidades são outras pessoas fazendo coisas idiotas”, disse Buffett, que teve a chance de experimentar o ChatGPT com seu amigo Bill Gates alguns meses atrás. “O problema agora é que o partidarismo se moveu mais para o tribalismo, e no tribalismo você nem ouve o outro lado”, afirmou.

Tanto Buffett quanto Munger disseram que os EUA se beneficiarão de ter um relacionamento comercial aberto com a China. Ambos os países devem ter cuidado para não exacerbar as tensões - as apostas para o mundo são muito altas. “Tudo o que aumenta a tensão entre esses dois países é estúpido, estúpido, estúpido”, disse Munger.

A chance de ouvir os lendários investidores respondendo a perguntas sobre negócios e a vida atrai pessoas de todo o mundo à cidade natal de Buffett.

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Alguns acionistas sentem uma urgência especial em comparecer porque os dois homens estão na casa dos 90 anos. “Charlie Munger tem 99 anos. Eu só queria vê-lo pessoalmente. Está na minha lista de desejos”, disse Sheraton Wu, 40, de Vancouver. “Eu tenho que comparecer enquanto posso.” Chloe Lin viajou de Singapura para o que ela chamou de “uma oportunidade única na vida”.

Warren Buffett e Charlie Munger na reunião anual da Berkshire Hathaway.  Foto: Rebecca S. Gratz/AP

Veja abaixo alguns dos assuntos abordados:

  • Bancos

Buffett disse que os reguladores bancários precisam encontrar uma maneira de punir executivos e membros do conselho que tomam decisões arriscadas que condenam bancos.

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  • Dólar

Os EUA carregam um nível de dívida preocupante, mas é difícil saber quanto o país pode assumir sem desvalorizar o dólar e comprometer a moeda de reserva mundial.

  • Apple

Buffett disse que a Apple - a maior participação acionária da Berkshire - é um negócio maravilhoso por causa de como os consumidores são dedicados a seus iPhones. “Não entendo o telefone de maneira nenhuma”, disse Buffett. “Mas entendo o comportamento do consumidor.”

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  • Musk

Elon Musk é um homem brilhante que assumiu tarefas impossíveis e teve sucesso mesmo que ele “se superestime”, disseram Buffett e Munger, mas a abordagem dele não atrai os investidores que procuram lugares onde possam prosperar sem um esforço ridículo. “Somos diferentes”, disse Munger. “Warren e eu estamos procurando o trabalho fácil que podemos identificar.”

  • Conselhos

Para evitar os maiores erros da vida,
Buffett disse, “você deve escrever seu obituário e descobrir como viver de acordo com isso”. Evite também dívidas e, nos negócios, tente evitar assumir tantos riscos que um único erro possa acabar com você. Munger deu um conselho igualmente simples: gaste menos do que ganha, evite pessoas e atividades tóxicas e continue aprendendo ao longo de sua vida.

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Em um aceno às preocupações de longa data sobre idade, a Berkshire mostrou videoclipes de perguntas sobre sucessão de reuniões anteriores desde a primeira que filmaram em 1994. Dois anos atrás, Buffett finalmente disse que Greg Abel o substituirá como CEO, embora ele não tenha planos de se aposentar. Abel já supervisiona todos os negócios não relacionados a seguros da Berkshire.

“Greg entende a alocação de capital tão bem quanto eu. Ele tomará essas decisões com base na mesma estrutura que eu uso”, disse Buffett. Abel garantiu à multidão que sabe como Buffett e Munger lidaram com as coisas por quase seis décadas. “Eu realmente não vejo essa estrutura mudando.”

Nem todo mundo presente em Omaha era fã. Fora da arena, os pilotos da NetJets, da Berkshire, protestaram contra a falta de um novo contrato e grupos ambientalistas questionaram por que as concessionárias da empresa continuam queimando carvão. Grupos contra o aborto carregavam cartazes declarando “os bilhões de Buffett matam milhões” para se opor às suas muitas doações de caridade a grupos de direitos ao aborto.

A Berkshire Hathaway disse na manhã de sábado que faturou US$ 35,5 bilhões no primeiro trimestre, comparado a US$ 5,58 bilhões no ano passado. A evolução corresponde a um aumento de cerca de 530%. / AP

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