O programa de consolidação fiscal da Grécia está em curso e deve permitir ao país obter em setembro uma segunda parcela da ajuda internacional, disseram ministros de Finanças da zona do euro nesta segunda-feira. "O programa do governo grego... é notável e tem superado nossas expectativas", afirmou a jornalistas o presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker, resumindo um debate sobre a Grécia entre os chefes de Finanças do conjunto de 16 países que adota o euro. O comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia (UE), Olli Rehn, disse que "o programa grego de consolidação fiscal e de reformas estruturais está em curso". O enorme déficit orçamentário da Grécia forçou a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a disponibilizar 110 bilhões de euros (139 bilhões de dólares) em ajuda ao país. Depois, a zona do euro criou um mecanismo de socorro muito maior para outros países, a fim de evitar que os problemas gregos se espalhassem a países como Espanha e Portugal. Juncker afirmou que está confiante de que Atenas vai receber a segunda parcela do socorro em setembro, embora uma missão oficial da UE, do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) tenha que primeiramente oferecer ao país um claro projeto de reparação fiscal em agosto. A Grécia afirmou nesta segunda-feira que reduziu quase pela metade o déficit orçamentário de seu governo central nos primeiros seis meses do ano, à medida que drásticos cortes de gastos compensaram as receitas mais fracas do que o esperado com impostos. O ministro grego de Finanças, George Papaconstantinou, demonstrou confiança de que seu governo vai atingir as metas de redução de déficit no restante do ano. "Com esperança vamos não só alcançar a meta de redução de déficit como até mesmo obter resultados um pouco melhores", disse ele a repórteres. "Vamos ter que fazer todas as reformas com as quais nos comprometemos e já aprovamos a importante reforma no sistema de aposentadorias poucos dias atrás, e veremos se o crescimento será melhor." A meta de Atenas é cortar o déficit para 8,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ante 13,6 por cento em 2009. Papaconstantinou também afirmou que os bancos gregos devem no geral mostrar bons resultados nos testes de estresse planejados para instituições dos 27 países que compõem a UE. Ele acrescentou que aqueles que revelarem fraqueza serão ajudados. "Achamos que eles (os bancos) serão capazes de passar nos testes de estresse, mas caso haja a necessidade de elevar as exigências de capital, eles serão intimados a fazer isso, e, se não conseguirem com seus próprios acionistas, o fundo de estabilidade financeira terá ações preferenciais nesses bancos", disse. (Reportagem de Sarah Marsh e Marcin Grajewski)
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