A partir de que idade a criança pode usar celular sozinha? Veja o que dizem os especialistas

Não há consenso, mas profissionais da saúde e da educação apontam que isso só é seguro a partir dos 12 anos; pais devem estar atentos à maturidade e às habilidades digitais dos filhos

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Foto do author Leon Ferrari
Atualização:

Um termo pesquisado pelo filho de 11 anos deixou, recentemente, a atriz Luana Piovani espantada. “Tenho um aplicativo que controla o que meus filhos olham na internet. Fui ver o que o Dom estava pesquisando e vi que buscou sobre fuzil. Fui falar com ele, que disse que é porque ele joga um ‘jogo de matar’ e chegou um momento do jogo em que precisava sugerir algo que causasse dano”, contou, nas redes sociais.

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O desabafo da atriz revela como o avanço das tecnologias exige postura mais atenta e ativa dos pais. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a idade do primeiro acesso à internet das crianças brasileiras vem se antecipando. Neste ano, 24% relataram ter se conectado ainda nos seis primeiros anos de vida, conhecidos como primeira infância. Em 2015, a taxa era de 11%.

O estudo, divulgado em outubro, ouviu mais de 2,7 mil crianças e adolescentes de 9 a 17 anos entre março e julho. Nesta faixa, 95% deles já são usuários de internet (25 milhões de pessoas). No mundo virtual, estão expostos a conteúdos potencialmente nocivos.

O músico e professor João Paulo Simão destaca que a relação de confiança com o filho Benjamin é mais importante do que o controle parental Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O que é crucial para determinar se a experiência online será saudável é a supervisão dos pais e responsáveis, segundo especialistas. “Se não tiver participação, algo ‘vai dar ruim’’”, alerta Vanessa Clarizia Marchesin, doutora em Neurociência Aplicada e professora da ESPM.

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“A internet é um espaço público. Assim como as crianças não podem ser deixadas sozinhas em praças, parques e ruas, elas devem ser acompanhadas lá”, afirma a psicóloga Bianca Serrão, doutora em estudos da criança e responsável pelo canal de ajuda da Safernet, que atende pessoas com problemas na internet.

Mais da metade (53%) das crianças dizem que os pais estão “muito” cientes do que fazem na internet, segundo a TIC. Ao mesmo tempo, 78% dizem que podem mandar mensagens instantâneas sozinhos; 76% acessam redes sociais desacompanhados, e 61% podem, inclusive, postam vídeos e fotos onde aparecem. A grande maioria (80%) assiste programas, séries e vídeos sem um responsável ao lado.

Especialistas ouvidos pelo Estadão, porém, avaliam que até os 12 anos o ideal é que a exposição a telas, sempre que possível, ocorra ao lado de um adulto, que esteja atento e possa orientá-las.

O músico e professor João Paulo Simão, de 47 anos, conta que o filho, de 11, descobriu a senha do controle de horário no videogame. “Mudei a senha e zerei (o tempo de tela). Ele não pode jogar nada e estamos conversando para dizer quando vamos liberar.”

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A lição, afirma o pai, é que o aplicativos de controle parental funcionam como apoio, mas não dão conta de toda a tarefa. “Você consegue ver parte do que o seu filho usa”, diz. “O principal mesmo é a relação de confiança que temos entre pai e filho. Não tem controle parental que substitua isso.”

A partir dos 12 anos, segundo prevê até o Estatuto da Criança e Adolescente, é hora de começar a dar mais privacidade, o que não significa que a supervisão deva deixar de ocorrer. Além disso, a idade cronológica é só um parâmetro, mas é preciso avaliar também as habilidades digitais e a maturidade do filho na concessão de mais liberdade. O desafio do controle parental envolve, sobretudo, a tempo de tela e qualidade de conteúdo.

Para especialistas, a abordagem mais frutífera é o diálogo, que deve começar cedo. Os pequenos precisam, além de regras, entender por que elas são necessárias. Só com isso é possível criar um espaço seguro e uma relação de confiança (afinal, acompanhar cada passo de um adolescente é impossível e ferramentas de supervisão são falhas).

O adulto não só deve estipular os limites como cumpri-los, pois crianças se valem não só daquilo que é conversado. Precisam de exemplo.

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Criança de até 2 anos não deve ser exposta a telas, diz

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“Não dá mais para viver sem o mundo digital, a tecnologia faz parte da nossa vida”, afirma o pediatra Eduardo Jorge Custódio, do grupo de trabalho em saúde na era digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Embora seja (bastante) difícil, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que até os dois anos o adequado é que não haja contato algum com telas. “O desenvolvimento cerebral é feito por experimentação também. A criança pequena precisa colocar a mão no chão, ouvir coisas novas, brincar, brigar, morder…”, diz o médico.

A Academia Americana de Pediatria recomenda que crianças com menos de 18 meses tenham qualquer contato que não seja para um bate-papo (com um parente que mora longe, por exemplo) por vídeo. Entre 18 e 24 meses, caso o responsável quiser introduzir os meios digitais, a entidade orienta a escolha de “programas/aplicações de alta qualidade”, sem permitir que o usem desacompanhados.

“Se você dá acesso muito precoce às telas, aborta um pouco desse desenvolvimento psicomotor”, acrescenta ele, também professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Depois dessa idade, a introdução precisa ocorrer de forma escalonada.

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Quanto tempo de tela é adequado para cada faixa etária?

O tempo de exposição às telas é uma das principais preocupações dos pais. Neste ano, a Academia Americana de Pediatria atualizou as diretrizes e destacou que “não há evidências suficientes que demonstrem benefícios de diretrizes específicas de limitação do tempo de tela”.

“Como crianças e adolescentes podem ter muitos tipos diferentes de interações com a tecnologia, em vez de estabelecer uma diretriz para limites de tempo específicos, recomendamos considerar a qualidade das interações com as mídias digitais e não apenas a quantidade ou a quantidade de tempo.”

A cartilha da SBP apresenta uma indicação de tempo de tela e faixa etária. Custódio destaca que, de fato, não há número mágico, mas a diretriz dá um “balizamento” - para que pais e responsáveis não sigam no completo escuro.

Afinal, conforme os especialistas, o uso excessivo pelos pequenos é fator de risco para quadros de saúde já conhecidos, como depressão, obesidade, ansiedade e problemas de visão. Também está associado a “novas síndromes”, como a FOMO (medo de se desconectar e, por isso, não participar do que ocorre no mundo virtual) ou a síndrome do toque fantasma (relacionada a sensação de ouvir o celular tocar ou vibrar, mesmo que isso não seja real).

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Segundo o documento da SBP é ideal que:

  • Entre 2 e 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia.
  • Entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 ou 2 horas/dia.
  • Entre 11 e 18 anos: limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2 ou 3 horas/dia.

A cartilha brasileira também frisa que não deve ser permitido uso de telas durante refeições, independente da faixa etária. Outra recomendação é de desconexão 1 ou 2 horas antes de dormir.

Variáveis de qualidade

Para controlar o uso, conforme a organização sem fins lucrativos americana Common Sense Media, que ajuda famílias na educação para a vida digital, é preciso observar o tipo de uso e as variáveis de qualidade.

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A organização classifica o uso em quatro:

  • Passivo: assistir vídeos ou programas sem pensar, rolar, no piloto automático.
  • Interativo : jogar, resolver problemas.
  • Comunicação: bate-papo por vídeo, usando mídias sociais.
  • Criação de conteúdo: fazer arte ou música digital, codificação.

Para controlar a qualidade e adicionar valor ao tempo de tela das crianças, a organização apresenta uma metodologia, chamada de quatro Cs:

  • Connection (conexão): a criança precisa se conectar em um nível pessoal com o que assiste, brinca ou lê. “Entrar em um enredo ou identificar-se com os personagens prepara as crianças para mais aprendizado”, destacam.
  • Critical thinking (pensamento crítico): o conteúdo consumido pela criança deve aprofundar um tópico, assunto ou habilidade. “Talvez sejam jogos em que as crianças pensam em dilemas éticos ou criam estratégias para contornar obstáculos. Questionários e jogos simples de perguntas e respostas podem ser divertidos e parecer educativos, mas não ajudam as crianças a encontrar um significado profundo ou duradouro”, informam.
  • Creativity (criatividade): estimular o consumo de conteúdos que fornecem possibilidade de criação para a criança. “As crianças podem se sentir mais responsáveis por seu aprendizado quando dão seu próprio toque à experiência.”
  • Context (contexto): é preciso que a criança entenda como essa atividade online se encaixa no mundo, numa compreensão mais ampla.

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Menina usa telefone celular em um ônibus em Pequim, na China; controle no acesso à internet de crianças e adolescentes é uma preocupação global Foto: WANG ZHAO/AFP - 26/06/2019

Apresentar opções além do virtual

O controle do tempo de tela precisa ser sempre uma contrapartida, destacam os especialistas. Ou seja, ao destacar que o tempo de tela do dia acabou, são necessárias alternativas sobre o que a criança pode fazer no resto do dia, seja brincar, desenhar, cantar ou fazer algum exercício.

Essa compreensão de que há possibilidades além do celular e do computador também passa pelas oportunidades que a criança tem de atividades novas. Isso passa por momentos familiares de desconexão, para dialogar ou visitar um ambiente diferente, como um museu.

Sozinhos a partir de quando?

Para especialistas ouvidos pela reportagem, até por volta dos 12 anos, crianças devem usar telas lado a lado dos pais ou outros adultos, que precisam participar ativamente desse consumo de conteúdos. Essa também pode ser uma boa idade para que o filho ganhe o seu próprio dispositivo. É importante salientar, contudo, que a indicação de idade é só uma referência, que deve ser analisada caso a caso.

“O cérebro da criança e do adolescente está a todo vapor na aprendizagem e ele precisa ser direcionado”, alerta Vanessa. “Se não trabalhar essa capacidade do cérebro, essa criança pode se tornar um adulto disfuncional. É obrigatório ter um adulto controlando para ensinar”, diz Vanessa, da ESPM.

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“Por volta de 10 ou 11 anos já é esperado, muitas vezes, que a criança tenha adquirido consciência moral e pensamento mais autônomo para discernir o certo e o errado”, diz Bianca. “A idade é um marcador importante, mas não é suficiente, porque é preciso que cada contexto seja avaliado em relação à maturidade e às habilidades digitais da criança. Ela sabe identificar riscos? Sabe como usar a plataforma, se proteger, denunciar?”, completa.

Diálogo é a principal ferramenta de proteção

A supervisão tem de ser sempre pautada no diálogo e o vínculo de confiança entre pais e filhos é a principal barreira contra eventuais problemas. “Muitas crianças que acessam um canal de ajuda falam ‘olha, não quero contar para o meu pai, minha mãe, porque tenho medo, sei que vão me proibir de jogar’. E o objetivo não é esse, mas de que os pais acolham as necessidades da criança num canal de comunicação aberto e sem julgamentos”, destaca Bianca.

Essa construção leva tempo, por isso é melhor começar cedo essa conversa, logo nos primeiros contatos com as telas. As conversas se estabelecem conforme a experimentação se dá. O contato com o mundo virtual pode ser pautado pelo desejo da criança, que irá fazer pedidos.

A primeira ação dos pais deve ser conferir a faixa etária indicada, seja para um jogo, filme ou rede social. O uso deve ser feito lado a lado, assim o responsável compreende os riscos e orienta melhor a criança sobre o que fazer e o que não fazer.

“É essencial os pais estarem atentos e saberem o que acontece no jogo e na rede social. Eles nem precisam aprender a jogar, mas entender o que é o jogo”, diz Vanessa. O responsável pode, por exemplo, pedir explicações à própria criança sobre como se joga e por que ela gosta daquele game, o que abre espaço para orientações. “A criança se sentirá importante. É ouvida e precisa ser ouvida.”

Sozinho, mas não solitário: controle parental

O resultado do diálogo e da navegação conjunta pelo mundo virtual darão aos pais a possibilidade de avaliar o melhor momento para dar mais privacidade ao filho. É importante, porém, que entendam que haverá um momento em que os próprios filhos exigirão por isso.

“Quando chega a adolescência, marcada por um desprendimento familiar, ele começa a buscar outras referências para além da família. O adolescente precisa sim de privacidade, mas isso tem de ser adquirido com segurança e diálogo”, diz Bianca.

A privacidade, destaca Vanessa, precisa ser uma conquista. “Assim como o pai e a mãe conquistarem a liberdade que têm hoje, eles devem ensinar para essa criança que a liberdade também é algo a ser conquistado e que há limites.”

Aí, é hora de deixar claro para o filhos quais são seus direitos e deveres. O cumprimento pode ser checado por meio de aplicativos de controle parental. E várias plataformas e redes sociais têm recursos próprios para formar relatórios de uso para os pais.

VEJA AQUI COMO USAR OS FILTROS DE CONTROLE PARENTAL

Com isso em mãos, é possível avaliar o uso. A proibição pela proibição, alertam especialistas, pode ser negativa. Os pais precisam explicar o porquê, a fim de que a criança consiga perceber o risco e, no futuro, ao se deparar com algo semelhante, se sinta segura para pedir ajuda dos pais.

Mas esses filtros têm limitações. “As ferramentas de controle são facilmente burladas”, diz Bianca. Basta algumas noções de tecnologia para que a criança ou adolescente fure as barreiras.

Estimular o uso da tecnologia em lugares comuns da casa

Uma cena que aterroriza pais é a da criança isolada no quarto com um celular ou tablet. Cartilhas, como a da SBP, orientam que não se deve permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com TV, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de webcam. O ideal é que seja estimulado, desde cedo, o uso das telas em áreas comuns da casa.

Mas Bianca, da Safernet, diz que isso pode dar falsa sensação de segurança. “Sabemos que a criança tem o próprio celular na mão. Essa ideia de área comum já caiu por terra, porque funcionava quando havia um computador na sala.”

Redes sociais só com perfil privado

Quando o assunto são redes sociais, a maioria delas só permite perfis daqueles com 13 anos ou mais. O ideal, destaca Bianca, é que esses perfis sejam privados, dos quais pais possam filtrar quem segue a criança, mas também quem ela segue.

“Rede social é como se fosse uma casa. Se a porta está aberta, pode entrar uma pessoa mal-intencionada. É importante que os pais também saibam utilizar as ferramentas de privacidade e segurança para que a criança possa estar protegida e ter imagem dela preservada.”

Evite expor a crianças em suas redes sociais

As cartilhas, tanto nacionais quanto internacionais, alertam os pais sobre as próprias redes, pedindo que evitem expor imagens e vídeos dos filhos, principalmente quando isso possa trazer informações da rotina do pequeno, como o uniforme da escola. Eles destacam também que, o que para os pais pode ser “fofo”, pode se tornar constrangimento para o filho.

Pais precisam dar o exemplo

O modo como os pais se relacionam com as tecnologias e como isso influencia o comportamento das crianças, muitas vezes, não é motivo de atenção. “A criança não se vale só do que adultos falam, mas também do que fazem”, destaca Vanessa. “Os pais são a referência do certo e do errado”, diz Bianca.

Estudo do Centro Conjunto de Pesquisa (JRC na sigla em inglês) da União Europeia, que investigou a relação de crianças pequenas (até 8 anos) com a internet, em sete países europeus, descobriu que elas aprendem “muito rapidamente” como interagir com dispositivos digitais, observando o comportamento dos adultos e de crianças mais velhas.

“Mesmo que ainda não tenham domínio da leitura e da escrita, desenvolvem estratégias próprias: autocompletar, reconhecimento vocal e de imagem. Ao fazer isso, na maioria das vezes, individualmente e de forma autônoma, seguem um caminho de aprendizagem por tentativa e erro, não isento de riscos”, diz a publicação de 2015.

Segundo o Pew Research Center, dos EUA, mais da metade (56%) dos pais americanos relatam passar tempo demais com os próprios smartphones. Sete em cada dez (68%) confessam que o dispositivo distrai momentos que passam com os filhos. E isso pode ser prejudicial para o desenvolvimento emocional da criança, segundo pesquisa de 2018, da University of California Santa Barbara (EUA).

O estudo, que envolveu 400 pais de crianças de 5 a 12 anos, apontou que, apesar do uso de mídias digitais pelas crianças não parecer ter efeito significativo nos resultados de inteligência emocional (conjunto de habilidades que permite reconhecer e regular emoções), o comportamento dos pais sim.

Embora o uso infantil da mídia não tenha surgido como fator no desenvolvimento de habilidades emocionais, o comportamento dos pais sim. O uso de dispositivos móveis pelos pais perto dos filhos foi associado a classificações inferiores em inteligência emocional geral, diz a publicação.

Conforme explicam os pesquisadores, com a atenção dividida ou ao expressar o “rosto imóvel” fixado a telas, as crianças podem perder os benefícios das respostas emocionais dos pais a suas palavras e ações, o que explicaria a descoberta.

Sinais de algo está errado

Para os especialistas, acertar sempre na supervisão dos filhos é humanamente impossível. Haverá falhas e, por isso, é preciso estar atento ao comportamento da criança. Qualquer mudança brusca pode sinalizar algo errado, seja pelo excesso de uso seja pela exposição à violência.

“Mudanças de comportamento abruptas, isolamento social, desconexão repentina com atividades escolares, mudança nos hábitos de sono e de alimentação podem ser sinais de que algo não está bem”, diz Bianca. “É preciso sempre observar esses sinais e abrir espaço para o diálogo sem julgamento, para fazer com que a criança sinta que pode contar com o adulto. E caso avalie a necessidade, buscar apoio de profissional de psicologia.”

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