A rua da escola do seu filho é perigosa? Veja o mapa no Radar da Criminalidade de São Paulo

Ferramenta interativa do ‘Estadão’ permite consultar endereços com mais crimes; colégios recorrem a app e botão do pânico. Secretaria da Segurança diz investir em programas de ronda e em diálogo com os conselhos locais

PUBLICIDADE

Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

A escola Tarsila do Amaral, que recebe cerca de 300 alunos do berçário, infantil e fundamental na zona norte de São Paulo, prevê adotar este ano um sistema de identificação por aplicativo para responsáveis autorizados pelos alunos, permitindo avisos como “Estou perto” ou “Já cheguei” na entrada e saída das crianças.

PUBLICIDADE

Já no Colégio Visconde de Porto Seguro, com unidades na zona sul, professores, funcionários e equipes de apoio terão um botão de pânico virtual no celular. É um app de emergência que pede ajuda imediata da vigilância em emergências.

A volta às aulas obriga pais, alunos e colégios a redobrarem os cuidados, diante da ameaça de roubos nas portas das escolas. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que a Polícia Militar investe nos programas Ronda Escolar, Vizinha Solidária e o apoio dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs).

A SSP informa ainda que o programa Ronda Escolar atuou em 443 casos com entorpecentes no entorno de escolas e apreendeu mais de 1,7 mil objetos, como facas e estiletes (veja mais abaixo).

Publicidade

Radar da Criminalidade em São Paulo Foto: Arte
Radar da Criminalidade em São Paulo Foto: Arte

Ladrões aproveitam congestionamentos na porta dos colégios

No início de 2024, pais, alunos e educadores se assustaram com uma onda de roubos em frente a escolas na zona oeste, como Pompeia e Vila Madalena.

Os casos são mais frequentes nos congestionamentos que se formam nos horários de entrada e saída. Assaltantes de moto ou bicicletas abordam os pais dentro dos carros e aproveitam momentos de distração, enquanto a criança termina de entrar, para levar smartphones.

A SSP informa que o “policiamento é constantemente reorientado e reforçado, como é o caso dos bairros da zona oeste, como Pompeia, especialmente nos horários de entrada e saída dos colégios”.

Além disso, diz que a Polícia Civil vem coibindo crimes patrimoniais, com “foco no combate a roubos, furtos e a receptação de celulares”. Em 2024, a 3ª Seccional apreendeu 1.196 telefones, conforme a SSP. Na mesma área, os furtos caíram 2%, e o de veículos recuperados subiu 29%.

Publicidade

A cidade teve queda de 16% nos roubos em novembro de 2024, ante o mesmo mês de 2023, últimos balanço da SSP.

O uso de câmeras de monitoramento é uma das estratégias do colégio Tarsila do Amaral, na zona norte de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Para acompanhar a dispersão de crimes na cidade de São Paulo, principalmente nas ruas próximas aos colégios, o Estadão disponibiliza, de forma exclusiva, o Radar da Criminalidade.

O Radar calcula o número de ocorrências em um raio de 500 metros de uma localização. Basta digitar o endereço dentro da cidade no buscador. Uma dica é colocar o logradouro (nome da rua ou avenida, por exemplo) com número. O Radar considera, por padrão, o centro da via quando o numeral não é apontado na busca.

Consulte aqui o Radar da Criminalidade.

Publicidade

A ferramenta também tem recurso de localização automática, que reconhece onde você está sem a necessidade de digitar o endereço. Uma permissão para uso do GPS pode ser solicitada.

Rondas e câmeras por monitoramento são medidas mais comuns

Agentes de segurança que percorrem toda a vizinhança, não só os portões da escola, e mais investimentos em câmeras de monitoramento e iluminação estão entre as principais iniciativas dos colégios para 2025.

Outras medidas apostam na tecnologia. Cristiano Castro, gerente de Segurança do Colégio Visconde de Porto Seguro, explica que professores, funcionários e equipes de apoio terão nos próximos meses um botão de pânico virtual no aparelho celular que funciona como um app de emergência.

Conforme o Radar da Criminalidade do Estadão, entorno do colégio registrou 11 crimes em novembro do ano passado, com quatro casos de roubo de celular. Isso significa queda de 66% em relação ao mesmo período do ano passado.

Publicidade

A preocupação com a segurança precisa se alinhar ainda às particularidades dos espaços educativos. Por isso, a Camino School, na zona oeste, evita grades e muros altos. A alternativa são sensores de movimento para alguns espaços, no perímetro da escola.

“É um espaço educativo. Queremos quer que as crianças tenham uma convivência pacífica com o ambiente externo”, afirma Leticia Lyle, diretora da Camino School.

Além disso, a escola procura contribuir com a melhoria das condições de segurança no entorno, com mais refletores e câmeras, além de ampliar o raio de ação dos agentes de segurança. Em novembro, foram registrados 24 crimes nas proximidades do colégio, sendo a principal incidência, com 9 casos, a de furto de celular, conforme o Radar da Criminalidade - alta de 4% em relação ao ano passado.

Danyelle Marchini, diretora da escola Tarsila do Amaral, afirma que a escola participa do Programa Vizinhança Solidária Escolar, no qual recebe orientações da 2ª Cia do 43º BPM/M, e também das reuniões mensais do Conseg local.

Publicidade

“Compartilhamos informações sobre possíveis situações suspeitas e fortalecemos a cooperação entre as escolas e a comunidade”, conta.

Nas proximidades da escola, os dados do Radar da Criminalidade apontam quatro ocorrências em novembro, com dois furtos de veículos (queda de 50%).

As próprias escolas, públicas e particulares, criaram redes para compartilhar informações. O grupo com participação da Camino School, por exemplo, conta com 25 instituições de ensino. “Essa parceria com as outras escolas faz com que todo mundo esteja um pouco mais seguro”, acrescenta Lyle.

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.