Alunos do Colégio Rio Branco rebateram o argumento da diretora da escola, Esther Carvalho, de que os 107 alunos estudantes suspensos hoje foram punidos por terem faltado à aula durante protesto contra a instalação de câmeras em salas. Eles disseram ter sido "presos" no pátio. "Nem se quiséssemos voltar às salas de aula poderíamos. Trancaram as portas laterais, colocaram seguranças nas escadas e fomos obrigados a ficar lá", diz um aluno que prefere não se identificar.
A diretora afirma que não havia saídas trancadas. Segundo Esther, os alunos sentaram em frente às portas corta fogo do pátio e impediram o fluxo de pessoas no local. "Por esse motivo, abrimos as portas laterais, possibilitando a todos que pudessem voltar às aulas." Esther acrescenta que muitos alunos retornaram às salas de aula, e explica que suspendeu os alunos que não assinaram as listas de presença distribuídas nas duas últimas aulas da manhã.
"A revolta foi unicamente uma forma de alertar a instituição e a própria diretoria de que não aguentamos mais um ambiente onde a escola se faz de surda aos alunos", disse uma aluna, que também pediu para não ser identificada. Em e-mail enviado à reportagem, ela disse que os alunos já se mobilizaram pela redução dos preços cobrados na cantina, pelo fim das chamadas orais surpresa e denunciaram "situações recorrentes de bullying e cyberbullying".
A diretora disse que, nas últimas semanas, passou em todas as salas do colégio para ouvir as reclamações dos alunos em relação à situação geral da instituição. Ela ressalta que os canais de comunicação com os estudantes, como a secretaria de orientação educacional, sempre estiveram abertos.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.