Para Kelly Cristina Evangelista dos Santos, pedagoga do colégio Aprendendo a Aprender, os casos de bullying na sala de aula ocorrem em maior proporção entre os meninos. "Considero que o aumento da porcentagem do bullying nas escolas brasileiras se deve à falta de imediata intervenção por parte dos professores e gestores. Observo que no Aprendendo a Aprender, os alunos que passam para séries iniciais do Ensino Fundamental mudam radicalmente o comportamento e se tornam, às vezes, sarcásticos nas brincadeiras com os colegas".
Segundo a pedagoga, o primeiro passo a ser dado pela escola para diminuir esses casos e apoiar os alunos que sofrem esse tipo de ataque é possibilitar uma conversa ou diálogo com as partes envolvidas. Além disso, promover projetos que trabalhem o respeito às diferenças, campanhas de solidariedade e incentivo a generosidade são outras práticas que podem ser adotadas.
"Nossa escola possui um projeto muito rico que possibilita esse trabalho, o 'Tudo bem ser diferente...'. Nele, utilizamos bonecos que possuem necessidades especiais. Eles fazem parte da turma e semanalmente vão para casa dos alunos, que os devolvem com relatos e fotos de como foi a visita do boneco", comenta Kelly.
Sobre punir os alunos que praticam bullying, a pedagoga acredita que eles também precisam de uma atenção especial, pois tais comportamentos refletem insegurança e medo correlacionados com outras situações. Para eles, atacar é uma boa maneira de fugir dessa situação. "É importante ressaltar que os principais malefícios que observamos nos alunos que sofrem com o ato são a queda no rendimento escolar, falta de desejo em frequentar a escola e em participar de eventos extracurriculares", conclui Kelly.
Além disso, o professor tem que ser o exemplo em sala de aula e, caso presencie esse tipo de ataque dentro de sala de aula, é fundamental que ele identifique e intervenha imediatamente.
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