Ataque em escola: adolescente foi denunciado à polícia há 1 mês após vídeo simulando violência

Boletim de ocorrência foi registrado contra o jovem após ‘comportamento suspeito nas redes sociais’. ‘Pais estão se sentindo acuados e amedrontados’, descreve a denúncia

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Foto do author João Ker
Atualização:

O adolescente de 13 anos responsável pelo ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro nesta segunda-feira, 27, foi denunciado à Polícia Civil há menos de um mês por “apresentar comportamento suspeito nas redes sociais” e postar “vídeos comprometedores” nos quais aparece “portando arma de fogo” e “simulando ataques violentos”.

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Um boletim de ocorrência foi registrado no último dia 28 na delegacia eletrônica narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente “encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp” e “alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”.

O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram “convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar”, localizada em Taboão da Serra, “para que as providências cabíveis fossem tomadas”.

Polícia isola área de escola onde ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, 27 Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

Na saída do 34.⁰ DP na noite desta segunda-feira, os pais do adolescente se recusaram a comentar o ataque e, por meio de uma advogada, afirmaram que estão “solidários com a família da vítima”, a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos.

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Leia o boletim de ocorrência do caso

O boletim foi registrado como ato infracional análogo a ameaça no dia 28 de fevereiro deste ano. O documento informa que a vítima ou o representante legal deveriam comparecer à delegacia em até seis meses para “oferecimento de representação criminal para início das investigações”. “Findo esse prazo, sem manifestação da vítima ou de seu representante, o autor não poderá mais ser investigado e/ou processado criminalmente pelos fatos aqui registrados”, complementa.

O registro foi encaminhado para a unidade policial da área dos fatos para apreciação do delegado titular, descreve o documento, que não aponta se outras medidas foram tomadas.

Alunos da antiga escola do adolescente tinham medo

A mãe de uma aluna da escola em Taboão relatou ao Estadão que sua filha foi colega do autor do ataque que ocorreu nesta segunda.

A mãe conta que, recentemente, a menina chegou “em choque” em casa, dizendo que a escola havia descoberto uma tentativa de ataque. A autoria, relatou a menina, teria sido do mesmo adolescente que golpeou, com faca, quatro professoras e um aluno.

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“Faz pouco tempo. Ele já tinha dado indícios no Pacheco (Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra). Eles (os alunos) estão em choque, todos com medo”, relata a mãe. Pouco tempo depois, ele foi transferido.

Em conta fechada nas redes sociais, mensagens atribuídas ao garoto dizem que ele estava ansioso para o dia do ataque e elogiava outros ataques similares no País.

Entenda o ataque na escola

O ataque cometido por um adolescente com um faca aconteceu por volta das 7h20 da manhã na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. O garoto esfaqueou pelo menos quatro professoras e um aluno, segundo o governo de São Paulo.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental, de 13 anos, foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local nesta segunda.

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Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por uma professora de Educação Física.

Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, havia sido encaminhada em estado grave para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Por volta das 10h30, a morte foi confirmada.

Professora de Ciência, ela foi uma das que agiram para separar os estudantes durante um conflito anterior. Elisabeth trabalhava havia pouco tempo no colégio e estava fazendo a chamada quando foi atingida pelos golpes. /COLABOROU ANA LUÍZA ANTUNES

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