Carreira em 1º lugar

Candidatos a estágio dão prioridade ao aprendizado, não ao salário

PUBLICIDADE

Por Larissa Linder
Atualização:

Ganhar um bom salário é algo que ninguém recusaria, mas para a maioria dos jovens que está à procura de estágio isso não é prioridade. Mais de 40% deles estão mais preocupados com o aprendizado, segundo levantamento feito pelo Estadão.edu em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee). E um índice alto de entrevistados (37,6%) rejeitaria uma oportunidade de trabalho caso não a julgasse ideal para a carreira (veja abaixo).

 

PUBLICIDADE

Segundo o superintendente de Operações do Ciee, Eduardo de Oliveira, os jovens deixam a questão financeira em segundo plano porque sabem que o estágio é o melhor meio de inserção no mercado. “Nossas pesquisas comprovam que 64% dos estagiários acabam sendo efetivados.”

 

A prioridade dada à experiência prática pode ser até prejudicial. Quase 15% dos estudantes disseram que aceitariam uma oportunidade de estágio que interferisse nos estudos. A professora da ESPM Débora Delboni acredita que, na prática, esse porcentual seja maior. “Em uma pesquisa, eles tendem a ser mais certinhos. Mas canso de ver alunos aceitarem estágio no horário de aula, prejudicando o desempenho acadêmico.”

 

 

Aluna do 4º ano de Engenharia de Computação da PUC-Campinas, Tuane Quintella, de 21 anos, admite que não pensaria duas vezes: “Se a oportunidade me fizesse aprender, não recusaria”, diz. “A gente dá um jeito na faculdade, negocia.”

Publicidade

 

Danilo Silva, de 22, aluno do 4º ano de Engenharia Agrícola da Unicamp, cogitou atrasar a formatura para fazer estágio, já que seu curso é integral. “Perguntei a RHs de empresas, mas me aconselharam a terminar a faculdade e depois tentar um trainee”, conta Danilo, que decidiu adiar o início da vida profissional.

 

 

Para a professora Tânia Casado, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, Danilo fez o certo. “Os estudantes não se dão conta de que, para aprenderem com o estágio, precisam da base da universidade”, diz Tânia, especializada em gestão de pessoas nas organizações.

 

Os entrevistados ficaram divididos entre manter-se no mesmo estágio até a formatura ou passar por empresas diferentes – uma pequena maioria optou pela primeira alternativa. Oliveira, porém, não tem dúvidas a respeito: “O momento da faculdade é de experimentação do mercado. É positivo passar por empresas diferentes.” / COLABOROU PAULO SALDAÑA

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.