A programação do Festival Start de Carreiras incluiu entrevistas com dois expoentes das novas possibilidades do mercado de trabalho: Nyvi Estephan, apresentadora gamer, e Pedro Afonso, CEO da Atomcore Studio, empresa focada em projetos 3D, Realidade Aumentada, NFT e Metaverso. Ambas as conversas foram mediadas pelo jornalista Matheus Mans, especialista em tecnologia do Estadão.
Nyvi contou que começou a trabalhar aos 15 anos, como integrante de um grupo de percussão. Quando chegou a época do vestibular, sentiu vontade de estudar Moda. Conseguiu uma bolsa para estudantes de baixa renda e iniciou o curso. Como era preciso trabalhar para se manter, ela ingressou no call center de uma corretora financeira. Depois de algum tempo, foi promovida para analista e chegou a pensar em fazer Economia, mas levou o curso de Moda até o fim.
Quando se formou, Nyvi sentiu uma “lacuna” na agenda. “Eu havia me acostumado a estudar e a trabalhar, a dormir pouco, a ter sempre muita coisa pra fazer. Acabei usando aquele tempo que estava sobrando para organizar campeonatos de videogames com meus amigos”, ela recorda. Espontânea e comunicativa, tornou-se a apresentadora dos campeonatos, numa época (estamos falando de dez anos atrás) em que essa profissão praticamente não existia no País. O mercado gamer foi crescendo e ela virou referência, inclusive pelo pioneirismo.
Ao longo do caminho, Nyvi fez vários cursos de aperfeiçoamento: interpretação para televisão na escola Wolf Maya, locução no Senac, jornalismo de games na Cásper Líbero, além de inglês e espanhol. Recentemente começou a fazer canto, para aumentar a conscientização vocal. “Minha principal mensagem seria essa: nunca se acomode. Tem muita gente competente por aí. Se você se acomodar, os outros te superam.”
Quanto mais... mais
Pedro Afonso contou que começou a trajetória profissional como artista plástico. Interessou-se por pintura ainda na infância e, aos poucos, foi transferindo o processo de produção artística para o digital. Nesse caminho, aprender novos recursos e técnicas foi uma necessidade permanente. “Quanto mais a gente estuda, mais a gente se dá conta sobre tudo aquilo que ainda não sabe. Essa constatação foi sempre uma grande motivação pra mim”, ele descreveu.
Foi nessa busca por novas possibilidades que ele entrou em contato com a Realidade Aumentada, em 2017, quando o assunto era pouco conhecido no Brasil. Hoje, é um dos carros-chefes dos negócios atuais da Atomcore. “Foi a curiosidade que me trouxe até aqui.”
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.