Um grupo de estudantes do Colégio Marista Arquidiocesano está produzindo um projeto com o objetivo de compreender o conceito de bullying e entender suas consequências na vida das pessoas. Além disso, os alunos estão aprendendo a refletir sobre atitudes que contribuem para a convivência harmoniosa e respeitosa.
O trabalho denominado "Diga não ao Bullying" está sendo orientado pela coordenadora pedagógica Lilian Gramorelli e conduzido pela professora Tatiani Ferreira Miranda e faz parte do desenvolvimento do Projeto de Intervenção Social (PIS) da turma, uma prática pedagógica Marista que promove o diálogo e o protagonismo, permitindo entender as necessidades humanas e sociais, questioná-las e traçar caminhos para enfrentar as problematizações contemporâneas.
O bullying é um tipo de comportamento agressivo que envolve ações indesejadas e negativas em que alguém, intencionalmente, prejudica e desconforta outra pessoa que tem dificuldade em se defender. Caracteriza-se por um abuso imaginário de poder e uma relação desigual entre o "valentão" e a vítima. Bullying vem do termo inglês "bully" que é usado para designar o valentão, aquele que quer mandar.
Segundo a docente Tatiani Ferreira Miranda, foi necessária uma conversa sobre situações de desafeto, agressões ou violência verbal e física que algumas vezes podem ocorrer também no ambiente escolar e que poderiam caracterizar o bullying. "Realizamos uma entrevista com os familiares, perguntando o que sabiam sobre a prática. Nossa proposta era comparar as informações e refletir sobre como nossos pais lidavam com situações de conflito na época em que frequentavam a escola", explica.
A partir desta entrevista, foi feito um levantamento sobre os valores imprescindíveis para a construção de um ambiente saudável e pacífico, no que se refere às relações humanas, seja na escola, na família ou em outro ambiente. O grupo também recebeu a visita do pai de uma aluna, o médico psiquiatra Giovani Missio, que conversou com os alunos sobre a importância da empatia para a construção de relacionamentos saudáveis.
"É preciso diferenciar bullying de discussões e conflitos pontuais, que fazem parte do dia a dia. Os conflitos fazem parte do nosso crescimento e aprendizado, porém o bullying é inaceitável e necessita de intervenção e mediação por parte dos adultos, de maneira adequada", esclarece Tatiani.
Após as informações reunidas, os alunos decidiram compartilhar o aprendizado, criando um panfleto informativo sobre o bullying para distribuí-lo dentro do colégio. As crianças também criaram "lambe-lambes" com frases de fortalecimento, a partir de toda a reflexão que fizeram sobre a temática. "Nosso objetivo é estimular nos outros alunos a reflexão sobre a importância da empatia e do respeito às diferenças", reforça a professora Tatiani Ferreira Miranda.
Dicas dos alunos do 5º ano do Colégio Marista Arquidiocesano para vencer o bullying:
- Você deve agir!
- Fale com um adulto de sua confiança, conte o que lhe incomoda e peça ajuda para resolver a situação da melhor forma possível.
- Não reaja de forma agressiva, afinal, é isso que o agressor espera de você. Além disso, violência gera mais violência.
- Acredite em você! Se fortaleça. Assim, todas as vezes que você tiver que enfrentar um desafio, vai tirar de letra!
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.