Por Bruno Lehmann Inácio*
A Educação Física é a ciência que estuda o corpo humano como um todo, desde suas capacidades físicas, como as habilidades motoras tão importantes para a execução dos movimentos, até as capacidades cognitivas, que transcendem entre o planejamento das ações motoras até as diferentes emoções vividas durante sua prática.
A neurociência associada à Educação Física propõe estudos que buscam o melhor benefício ao cérebro, relacionando-se entre os aspectos motores para a execução de tarefas diárias até os aspectos cognitivos como as funções executivas, que exigem de um funcionamento estrutural complexo e importante do cérebro, utilizado para o controle de ações motoras e comportamentais. O desenvolvimento dessas funções ocorre, desde o primeiro ano de vida, onde é possível perceber os primeiros indícios de controle inibitório e memória operacional.
Na Educação Física busca-se o melhor desempenho motor e cognitivo do sujeito por meio de brincadeiras culturais, jogos competitivos e jogos cooperativos, que podem ser divididos em até três tipos diferentes: motor, cognitivo e afetivo.
Os jogos motores são práticas mais voltadas para o desenvolvimento físico da criança e são trabalhados por meio de circuitos motores, brincadeiras populares e esportes. Essas atividades são muito importantes para se desenvolver habilidades motoras específicas como saltar, equilibrar, correr, entre outras. Os jogos cognitivos são de raciocínio lógico, esses demandam uma maior concentração para realização da tarefa e estimulam o desenvolvimento de estratégias para tais execuções. Por fim, os jogos afetivos exigem um pouco mais da criança, pois, requerem de uma socialização e participação muito mais intensa. O trabalho em equipe, por exemplo, passa a ser algo muito importante para se desenvolver essas capacidades durante o processo desses jogos.
No Colégio Pentágono, a Educação Física é uma área de conhecimento que desenvolve para a vida, inserindo saberes que serão utilizados dentro do contexto no qual a criança está inserida e com as contribuições da neurociência é possível observar a importância dos exercícios motores dentro e fora do âmbito escolar, não como algo engessado, mas atividades que propiciem reflexão, ação e aprendizagem, impulsionando, assim, o crescimento e desenvolvimento de maneira eficaz e harmoniosa.
*Bruno Lehmann Inácio é professor de Educação Física no Colégio Pentágono
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