Como a educação ajudou ativista que esteve na COP a transformar ansiedade climática em protagonismo

Jahzara Oná participou do evento Reconstrução da Educação, do ‘Estadão’, e destacou a força da juventude para liderar o movimento climático no Brasil

PUBLICIDADE

Foto do author Juliana Domingos de Lima
Por Juliana Domingos de Lima
Atualização:

Jovem ativista climática e uma das representantes do movimento “Fridays For Future” no Brasil, Jahzara Oná é hoje uma nova referência quando o assunto é o impacto do aquecimento global no cotidiano dos brasileiros. Tanto é que ela foi escolhida para um intercâmbio na Alemanha e acaba de retornar da COP-29.

O envolvimento de Oná com o tema teve início ainda na escola, na periferia de São Paulo. Hoje estudante do curso de Geociências da USP, ela começou a promover rodas de conversa com os colegas sobre temas como racismo climático, e essas discussões culminaram em mobilizações pela pauta do clima na comunidade.

Ativista climática Jahzara Oná, do Jardim Pantanal, esteve na COP-29 e contou a sua trajetória no evento Reconstrução da Educação. Foto: Werther Santana/Estadão

“A partir dali, eu percebi que eu não estava sozinha. Eu estava com muita gente e dava para fazer, sim, muita diferença”, disse a ativista durante o Reconstrução da Educação, evento promovido pelo Estadão nesta segunda-feira, 18, no Museu do Ipiranga, na zona sul da capital. Também é possível acompanhar a transmissão pelo YouTube.

PUBLICIDADE

Oná cresceu no Jardim Pantanal, bairro da capital paulista historicamente afetado por enchentes. Ela acaba de retornar da COP-29, onde participou de discussões sobre financiamento climático, principal pauta da atual Conferência da ONU sobre Mudança Climática, realizada neste ano em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro.

O diálogo com lideranças jovens de outras partes do Brasil, em particular da Amazônia, a fez perceber “a força que a nossa juventude tem de liderar o movimento climático aqui no Brasil.” Em sua trajetória, dois fatores tiveram impacto transformador: a ansiedade climática e a educação.

“A ansiedade climática me atingiu muito, a juventude passa por isso hoje”, relata. Segundo ela, o medo do futuro em um planeta impactado por temperaturas mais altas e eventos extremos cada vez mais frequentes gera um sentimento de desesperança e prejudica a vontade de fazer planos.

Perceber que este não era um problema que afetava apenas a ela contribuiu para que Oná atuasse politicamente com jovens de todo o mundo. Oná teve a oportunidade de realizar um intercâmbio na Alemanha junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, onde coordenou um grupo de trabalho com jovens de diferentes países sobre educação climática.

A partir de sua própria experiência, e da realidade das juventudes no Brasil, a ativista fez um apelo pela justiça social, racial e climática. “Combinamos de não morrer nem de bala perdida nem de deslizamento de terra”, disse fazendo referência ao conto da escritora Conceição Evaristo.

Publicidade

Reconstrução da Educação

  • Dia 29/10 - Os desafios da inteligência artificial na educação (veja como foi)
  • Dia 31/10 - Pais “helicópteros” e a superproteção (veja como foi)
  • Dia 6/11 - Como educar crianças antirracistas (veja como foi)
  • Dia 8/11 - Desinformação e fake news: Como promover uma educação midiática (veja como foi)
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.