Como fazer a redação do Enem? Veja dicas para tentar tirar nota 1.000

Prova será realizada neste domingo; além de desenvolver o texto, alunos terão de responder 90 questões de Ciências Humanas e Linguagens

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Por Ana Carolina Montoro e Cindy Damasceno
Atualização:

A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está marcada para domingo, 5. Os alunos terão cinco horas e 30 minutos para desenvolver o texto e responder 90 questões de Ciências Humanas e Linguagens.

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Alcançar a nota 1.000 na redação contribui muito na pontuação final dos candidatos. O professor Thiago Braga, do Sistema de Ensino PH, destaca que há anos o Enem tem escolhido problemas da sociedade brasileira. Para ele, isso está ligado ao gênero dissertativo-argumentativo da redação, que exige do aluno uma proposta de intervenção para o tema.

“Temos percebido um esforço da prova em não fazer temas óbvios. Registro civil e povos originários, por exemplo, foram tentativas de surpreender os alunos”, disse.

São avaliadas cinco competências dentro da redação do Enem; cada uma delas vale até 200 pontos Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Dentro de assuntos que dialogam com questões sociais da atualidade e que podem ter esse fator surpresa, o professor lista alguns exemplos: “Há uma discussão muito grande no governo brasileiro sobre o marco do saneamento. Um tema que também pode aparecer é o sistema carcerário brasileiro, pois toca muito na questão dos direitos humanos e a gente tem a terceira maior população carcerária do mundo.”

Thiago também lembra de alguns outros temas menos óbvios. “Estamos esperando há um tempo uma discussão sobre obesidade. O Enem também nunca cobrou temas relacionados à educação. Sempre esperamos como provável. Outro assunto que mereceu atenção do governo este ano foi a violência doméstica com foco em crianças.”

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Competências avaliadas pelos corretores

Quando as redações chegam para os corretores, são avaliadas cinco competências dentro do texto. Cada uma delas vale até 200 pontos.

Durante a leitura, está sendo analisado se há o uso correto da norma culta da língua portuguesa, sem gírias, abreviações e erros gramaticais. Em seguida, a coesão entre frases e parágrafos. A argumentação do aluno frente ao tema proposto é importante. Nessa terceira competência, é visto quem sabe argumentar e organizar bem o texto ao mesmo tempo.

A proposta de intervenção sugerida na conclusão recebe 200 pontos se o candidato consegue apresentar de forma clara qual é essa proposta, quem vai realizá-la, como e com qual finalidade.

A competência mais complexa, para Thiago, é a que avalia se há adequação ao tipo de texto. Para se enquadrar como dissertativo-argumentativo precisa ter introdução, argumentação, conclusão e deve haver um grau de complexidade na apresentação dos argumentos, pois se o candidato apenas “tangencia” ou “foge” do tema, perde pontos e pode zerar a redação.

“Nessa parte são trabalhados aspectos relacionados ao repertório. A prova exige que o aluno traga repertório sócio-cultural. Precisa trazer uma experiência de vida para sustentar a argumentação. E isso deve aparecer de forma bem feita e articulada”, explica o professor.

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Dicas de estudos

Com a proximidade da prova, a reta final de estudos precisa de estratégia e, no caso da redação, o professor sugere que o aluno busque listas de prováveis temas e estruture roteiros argumentativos em cima daquele assunto.

Com isso, a ideia é desenvolver repertórios dissertativos-argumentativos que são transversais, ou seja, podem ser usados para mais de um tema proposto. Dessa forma, há um equilíbrio com o estudo das técnicas gramaticais como coesão e coerência que também são avaliados para que, na hora da escrita, a argumentação caminhe junto com uma boa estrutura textual.

Thiago chama a atenção para o rascunho da prova, apontando a importância de fazer um roteiro de ideias antes de escrever a primeira versão do texto, pois, para ele, raciocínio é pensamento organizado e, com um roteiro, o aluno vai ter um mapa para escrever.

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