Contato com docentes e colegas de várias partes do País pode ser diferencial do ensino a distância

Para os estudantes, satisfação pela escolha passa por maior autonomia e flexibilidade

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Por Paulo Reda

A maioria dos estudantes que faz ou cursa especialização ou pós-graduação no modelo de ensino a distância se mostra satisfeita com a experiência. A engenheira civil Beatriz do Vale atualmente faz pós-graduação em Administração de Empresas na FGV. Ela iniciou a especialização em março de 2023, 100% no formato online, com aulas de 1h30, uma vez por semana. Ela destaca como pontos positivos a autonomia de poder estudar em horários e locais diferentes e ter à disposição um amplo material de estudo pela plataforma. “O bom resultado depende muito da dedicação do aluno”, afirma.

Ela gosta ainda da possibilidade da utilização de recursos tecnológicos variados durante as atividades pedagógicas. “Tivemos uma disciplina chamada Jogos de Negócios, em que pudemos desenvolver o projeto de uma empresa coletivamente por intermédio da plataforma. No modelo presencial seria mais difícil desenvolver esse processo.”

Beatriz do Vale atualmente faz pós-graduação em Administração de Empresas na FGV Foto: Beatriz do Vale/Arquivo Pessoal

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Nathalie Santos, médica pediatra, concluiu o MBA em Gestão de Serviços de Saúde na FGV, também integralmente no formato EAD, em março de 2023. Ela considera a experiência do ensino a distância maravilhosa, dinâmica. “Você mal percebe que não está em uma sala de aula.”

De acordo com Nathalie, contudo, esses cursos exigem métodos com interatividade, sem adotar um formato em que os alunos se mantenham 100% passivos. “Você consegue inclusive fazer networking, criar grupos de mensagens com outros alunos, de várias partes do País. Não seria possível formar uma turma presencial com profissionais de origens e experiências tão diferentes. Isso possibilita acesso a pessoas que moram em regiões mais remotas às melhores instituições de ensino.”

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A professora Rosângela Andriatti cursou Gestão Escolar entre outubro de 2021 e fevereiro de 2023. Para ela, essa é uma modalidade que vem crescendo porque atende às necessidades do aluno, mas o curso precisa estar bem estabelecido, com conteúdo e corpo docente qualificado. Ela já deu aulas a distância, e ingressar no MBA lhe deu oportunidade de vivenciar o EAD como estudante e professora.

“Meu projeto de conclusão de curso foi a criação de um sistema de gestão para a rede de educação municipal de Suzano, onde trabalho, feito com outros dois colegas. Normalmente esses sistemas são comprados; foi a chance de criar uma ferramenta própria”, afirma. Para ela, o EAD dá a possibilidade de o aluno estudar onde quiser e estabelecer os próprios horários. “Acho uma boa alternativa, não apenas para pós-graduação, mas também para a educação de jovens e adultos.”

Nayamma Almeida da Silva, que faz um curso EAD de inglês na Minds, é um exemplo de como a flexibilidade dos cursos de educação a distância pode ser uma aliada dos estudantes. Ela mora em Patos, na Paraíba, a sede da escola tem sede em Aracaju e sua empresa, na qual trabalha no sistema home office, está situada no Recife. “O EAD ajuda a organizar essas distâncias. Não sinto muita diferença de qualidade do conteúdo oferecido em curso presencial ou a distância. Gosto da flexibilidade de local e horário”, afirma.

Nayamma começou a estudar em março de 2023 e o curso vai até junho. Para ela, o sucesso desse tipo de programa depende muito da qualidade da plataforma e da tecnologia aplicada. “Realizei pós-graduação anteriormente por EAD em outra instituição e cheguei a ter problemas com a ferramenta utilizada para as aulas.”

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A fisioterapeuta Bárbara Datrino participa há um ano de um curso de especialização em doula para pessoas com risco de morte, totalmente ministrado no formato EAD. Ela fez pós-graduação presencial em Gerontologia e, pela experiência que teve cursando as duas modalidades, crê que a comparação depende muito do conteúdo. “No EAD a maior carência é a perda do contato humano e as principais vantagens são a flexibilidade de local e horários. No meu caso, a sede do curso fica na Região Sul do País e mesmo assim consigo fazer morando em Vinhedo”, diz ela. Um problema apontado por ela nos cursos online são as eventuais instabilidades nas redes de internet. Ela ressalta, ainda, que na área de Saúde a opção pelo EAD é mais complicada, mas em muitos casos é viável.

A fisioterapeuta Bárbara Datrino, que faz especialização em doula Foto: Bárbara Datrino/Arquivo Pessoal

Luana Aparecida da Silva, arquiteta e urbanista, realizou curso de especialização no formato EAD em Habitação de Interesse Social e Assistência Técnica na PUC-Campinas. De acordo com ela, o início das atividades foi confrontante, porque se viu diante de um desafio de iniciar uma pós-graduação em um contexto de pandemia, no formato remoto, precisando se adaptar a essa nova realidade. “Tivemos de nos aproximar de uma população até então desconhecida para nós, utilizando meios virtuais, e conquistar a confiança deles. Apesar de inicialmente acharmos que seria difícil essa relação virtual, conseguimos compreender as necessidades dessas comunidades e criar conexões que se perpetuam até hoje”, afirma ela.

De acordo com Luana, inicialmente havia o temor de que o ensino EAD prejudicaria o desenrolar da especialização, mas, ao longo do curso, notou que esse formato foi um facilitador, pois permitia que acontecessem aulas com ótimos professores de outras cidades, o que provavelmente não seria possível em uma dinâmica presencial.

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