O Brasil é considerado um dos maiores mercados para a economia criativa entre os países emergentes. Serviços ligados à internet – como jogos eletrônicos, vídeos sob demanda e publicidade online, por exemplo – estão entre os segmentos que mais crescem no Brasil. Os números podem explicar também o surgimento de cursos no ensino superior focados na área audiovisual e na economia criativa.
Os dados mais recentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apontam que, em 2015, o setor cultural movimentou R$ 155 bilhões no País, ou 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB). Cerca de 850 mil profissionais trabalham na área, segundo o banco.
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Para os próximos anos, a estimativa é de crescimento acima da média mundial até 2021 – de 4,6%, enquanto a expectativa para o mundo é de crescer 4,2%, segundo estudo da consultoria PwC. A pesquisa leva em conta segmentos como mídia e entretenimento, listando desde atividades tradicionais (televisão, cinema e música), até as consideradas de última geração, como os jogos eletrônicos e o grafite.
O setor viveu uma década de ouro recentemente, com quase o dobro de crescimento em comparação com o resto da economia brasileira. Segundo uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) de 2014, o avanço da economia criativa chegou a 69,8% entre 2003 e 2013, acima dos 36,4% de crescimento do PIB nacional no mesmo período. Não há dados mais recentes, mas especialistas dizem que essa tendência de expansão se mantém.
Critérios. Não há consenso sobre que segmentos fazem parte da economia criativa. É comum que cada governo e instituição que estuda o tema inclua atividades diferentes dentro desse guarda-chuva.
O governo federal, que criou uma secretaria no Ministério da Cultura em 2010 para criar políticas públicas especificamente sobre esse assunto, considera 20 setores diferentes, que vão da produção de games à gastronomia. Em outros países, esse assunto é responsabilidade de pastas como Desenvolvimento ou Turismo.
Esse debate também se reflete nos cursos que tratam do tema. Há aqueles que abordam a economia criativa de forma mais abrangente e aqueles que focam apenas na produção audiovisual, por exemplo.
“Temos uma grande confusão nos cursos entre esses conceitos”, diz a coordenadora do Programa de Educação Continuada da Fundação Getulio Vargas (FGV) em Economia Criativa, Ana Carla Fonseca.
Segundo ela, há até mesmo turmas que mudam de nome, e incluem o termo na nomenclatura, mas alteram pouco o conteúdo apresentado. “Há uma fragilidade, talvez com a maior das boas vontades, de muitos dos cursos oferecidos, falando quase como sinônimo entre uma visão mais ampla da economia e indústrias criativas específicas.” SERVIÇO
Economia Criativa e Cidades Criativas (FGV) Carga horária: 48 horas-aula Tipo: Educação Continuada (PEC) Custo: Não divulgado Site: pec.fgv.br
Gestão da Economia Criativa (ESPM) Carga horária: 495 horas Tipo: Mestrado profissional Custo: A partir de R$ 72.359,29 Site: espm.br
Produção e Negócios Audiovisuais (Faap) Carga horária: 432 horas-aula Tipo: Pós-graduação Custo: A partir de R$ 23.850 Site: pos.faap.br
Mídia e Tecnologia (Unesp) Carga horária: Não divulgado (duração de dois anos) Tipo: Mestrado profissional Custo: Gratuito Site: faac.unesp.br
Cinema e Audiovisual (ESPM) Carga horária: Não divulgado (oito semestres) Tipo: Graduação Custo: Não divulgado Site: espm.br
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