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Enem 2022 teve 26,7% de abstenção; número de inscritos foi o segundo menor desde 2005

Ao todo, 2.490.880 participantes compareceram ao primeiro dia do Exame neste domingo, 13, segundo o Ministério da Educação (MEC); saiba quando sai o gabarito oficial

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Por Giovanna Castro

O primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 aconteceu neste domingo,13, e teve 26,7% de abstenção. Segundo o Ministério da Educação (MEC), dos 3,4 milhões de inscritos, 2.490.880 fizeram a prova - 2.458.504 no modo impresso e 32.376 online. O Estado com menor índice de presença foi o Amazonas, onde 56,8% dos inscritos realizaram o exame. Em São Paulo, 73,9% dos inscritos compareceram à prova.

Os dados de 2022 relativos à presença ainda são preliminares, aponta o MEC, já que números conclusivos dependem da apuração definitiva do consórcio aplicador da prova. Porém, o número de inscritos já indica que este foi o segundo menor Enem desde 2005, quando 3.004.491 pessoas se inscreveram. Em 2021, o número foi ainda menor: 3.109.762 de inscritos.

TQ SÃO PAULO 13.11.2022 METRÓPOLE ENEM Movimentação de alunos para realizarem as Provas da Primeira fase do ENEM desse ano, no colégio Objetivo, rua Vergueiro, na zona sul de São Paulo. FOTO TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Foto: ESTADAO / ESTADAO CONTEUDO

O maior Enem de todos os tempos aconteceu em 2014, com 8.722.290 inscritos. O exame foi criado em 1998 como um método de avaliação nacional do Ensino Médio, mas se popularizou a partir de 2010, quando foi criado o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) para universidades públicas brasileiras. Antes disso, também foram criados o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), em 1999, e o Programa Universidade Para Todos (ProUni), em 2004.

Provas e gabarito

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Os candidatos que compareceram ao exame neste domingo, 13, tiveram que responder 45 questões de linguagens e 45 de Ciências Humanas, além de produzir uma redação. Muitas das questões abordaram temas sociais, como racismo, violência contra a mulher, direito à moradia e desigualdade social. O período de ditadura militar brasileiro, no entanto, que historicamente caía no exame, não foi abordado.

O tema da dissertação foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Além disso, mais algumas questões trataram de povos indígenas, desmatamento e meio ambiente. Professores de cursinhos elogiaram a criticidade e a atualidade do conteúdo.

No próximo domingo, 20, acontecerá a segunda parte do exame, com uma prova com questões de Ciências da Natureza e Matemática. Os gabaritos oficiais serão divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) até o dia 23 deste mês, conforme previsto em edital. Enquanto isso, alguns cursinhos particulares já divulgaram gabaritos extraoficiais.

Autonomia e atualidade do Enem

As questões deste domingo mostram um Enem que segue sua tradição histórica, de valorizar pautas sociais, de direitos humanos e sustentabilidade. Para Giba Alvarez, diretor do Cursinho da Poli, o Enem “não levou em conta toda essa questão da polarização política” e se conectou ao que deve ser o ensino médio. “Não olhou para trás, olha para o futuro”, afirma.

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Outro ponto positivo, acrescenta, é que a prova teve várias questões novas, a exemplo do item que cita Rayssa Leal, skatista que ganhou relevância no esporte no último ano. “Estávamos muito preocupados de haver poucas questões no banco (de itens do Inep, para a elaboração do exame)”, continua. “Essa atualização (de questões) veio, e de forma positiva.”

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em avaliação educacional Ocimar Alavarse, porém, diz que a prova deste domingo diz que é importante que o Inep renove o banco de questões do exame.

Segundo ele, uma parte dos itens usados não passou por pré-teste, o que dificulta a calibragem da distribuição de questões fáceis, médias e difíceis, o que ajuda a definir a nota. “Esse problema do banco de itens vai ser um aspecto crítico para o Enem de 2023, e não é tão fácil de corrigir”, destaca. Confira entrevista do Estadão com o especialista.

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