SÃO PAULO - As alterações nas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) devem embaralhar o calendário de vestibulares das universidades estaduais paulistas. USP, Unesp e Unicamp selecionam parte dos estudantes por meio da nota obtida no exame, mas a divulgação de resultados do Enem só no fim de março pode comprometer a seleção por meio da prova nacional.
O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) anunciaram nesta quarta-feira, 8, que o Enem será aplicado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. O Enem digital será nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. E os resultados da prova serão divulgados até o dia 29 de março de 2021.
Por meio de nota nesta quarta-feira, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) informou que é "provável" que seja adiada a realização do seu vestibular e que deve ocorrer mudança em relação às datas já divulgadas para ingresso em 2021. Segundo a instituição, a Unesp e a Vunesp vão considerar “a possibilidade de aproveitar as notas do Enem no exame vestibular”. O tema vai ser discutido nos colegiados da universidade.
“Para a definição das novas datas do vestibular, a Unesp segue alinhada com USP e Unicamp, para a manutenção do calendário conjunto dos vestibulares das três universidades estaduais paulistas, como sempre ocorreu, de forma a não prejudicar os candidatos.” Na Unesp, a nota do Enem é usada para compor a nota da primeira fase (se elevar a nota do candidato) e também para preencher vagas remanescentes após as primeiras chamadas.
A Fuvest, responsável pelo vestibular da USP, deve divulgar comunicado nesta quinta-feira, 9, sobre seu processo seletivo. A previsão inicial era de oferecer 11.147 vagas para cursos superiores, das quais 8.242 destinadas para seleção pelo vestibular da Fuvest e 2.905 vagas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado aos candidatos participantes do Enem.
Já a Unicamp, que não seleciona estudantes por meio do Sisu, mas considera as notas do Enem em uma das modalidades de ingresso, ainda avalia se é possível manter essa forma de seleção. Ao Estadão, o reitor, Marcelo Knobel, disse que "não sabe se vai conseguir (usar o Enem)", mas ainda aguarda definição. "Temos de ser cuidadosos e ver todas as questões que aparecem."
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