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Enem, Fuvest e mais vestibulares: como manter a saúde mental e encarar a reta final de estudo

Dica de especialistas é que candidatos foquem nos conteúdos com mais dificuldades, mas também não abandonem períodos de lazer; a prova da Unicamp é no dia 20

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Por Vanessa Fajardo

O domingo da próxima semana, dia 20, marca o início da maratona dos principais vestibulares em São Paulo, com a prova da primeira fase da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Agora, os professores sugerem que os estudantes se atentem às revisões, aos conteúdos que têm mais dificuldades, mas também cuidem das condições físicas e mentais.

“Como qualquer maratona – seja, de fato, uma olímpica ou uma maratona de vestibulares –, estar bem fisicamente vai afetar na performance do candidato”, diz Madson Molina, coordenador do Curso Anglo. O calendário de provas é extenso. Depois da Unicamp, será aplicado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 3 e 10 de novembro. Na sequência, no dia 15, uma sexta-feira, ocorre a primeira fase da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e dois dias depois começa a Fuvest.

Curso Anglo: as competências socioemocionais ajudam a se preparar e na hora de fazer as provas. Foto: Divulgação

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Até lá, é fundamental que o aluno mantenha uma rotina de estudos que garanta um ambiente seguro, evitando gatilhos para ansiedade e nervosismo. “Além disso, é importante simular todo o ritual, fazendo uma prova antiga como se fosse para valer, pensando na hora que vai acordar, no que vai comer, como vai começar a prova e por qual matéria. Após finalizar o exame, reflita quais práticas funcionaram e anote também. Isso cria uma espiral de alto desenvolvimento na resolução de provas e simulados”, sugere Molina.

Os simulados, de modo geral, ajudam o aluno a entender quais são suas maiores fragilidades e dúvidas, permitindo aproveitar a reta final para dirimir dificuldades com a ajuda de exercícios, leituras e aulas mais específicas sobre determinados temas.

Este é um momento estratégico para que os estudantes cheguem “empoderados” para as provas, na opinião de André Rebelo, coordenador pedagógico do ensino médio do Colégio Vital Brazil. “Sempre digo aos alunos que a preparação para o vestibular começa no 1.º ano do ensino médio. Nos assuntos em que ele é ruim, tem de ficar bom; no que já é bom, precisa ser ótimo; e no que é ótimo, tornar-se excelente. Se o aluno já conhece suas dúvidas, dá para aproveitar o último momento para as revisões e se fortalecer no processo.”

Conteúdos e intersecções

Rebelo explica que o modelo do vestibular se transformou ao longo dos anos, exigindo dos candidatos também competências socioemocionais. Por isso, além de dominar os conteúdos clássicos que tradicionalmente são cobrados nas provas, como figuras de linguagem, geometria plana ou Revolução Industrial, os vestibulandos de hoje precisam ter senso crítico para conseguir relacionar os temas e chegar às respostas. “Às vezes pode até não saber determinado conteúdo, mas consegue fazer algumas relações que o levam à resposta. É necessário um raciocínio diferente do que era antes.”

Os dias que antecedem as provas também exigem calma e concentração para controle da ansiedade e nervosismo, que podem ser grandes vilões no desempenho dos estudantes. Rebelo atribui o desempenho dos alunos nos vestibulares 70% “ao que ele sabe”, ou seja, suas competências técnicas, e os outros 30% “ao que ele é”, que diz respeito às condições de saúde mental e habilidades socioemocionais.

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Uma boa alimentação também tem seu peso. “Comida da mãe, comida da avó, uma comida feita por gente. Também é importante que o estudante se exercite”, diz o coordenador do Anglo.

Ainda é essencial que os estudantes busquem momentos de lazer, não deixem de ir a festas, mas que sejam aproveitadas “sem excessos”, segundo Manoel Resende, coordenador de ensino médio do Colégio Dante Alighieri. “Encontros, futebol no fim de semana, vôlei, parque, essas coisas têm de acontecer, mas dentro de uma programação, um calendário que também contemple os estudos.”

Ler é interessante porque relaxa e pode trazer boas ideias para as produções textuais. “O aluno deve estar em condições de fazer uma dissertação com informações relevantes e pautadas em informação real. Para isso, a leitura e os filmes ajudam”, diz Resende.

Mais um conselho dos especialistas é que os candidatos devem se afastar de pessoas, incluindo familiares, que possam abalar sua autoestima e confiança, já que este é um momento crucial. “Se conectem com pessoas que acreditam no seu projeto de vida”, diz Rebelo. Para o “dia D”, é importante ter a mente como aliada. “É fundamental mentalizar que na hora da prova você vai saber mais do que imagina.”

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