Escolas particulares de SP pioram e ficam fora do top 3 no fundamental

No ensino médio, o Ideb também caiu, mas o Estado aparece na segunda colocação no País

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Foto do author Renata Cafardo
Atualização:

As escolas particulares do Estado de São Paulo pioraram no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023 e não aparecem entre as três primeiras colocadas no ranking nacional do ensino fundamental. As redes privadas de Minas Gerais e Santa Catarina estão no topo da lista, enquanto as escolas paulistas ficam em 5º lugar entre os alunos de 1º ao 5º ano e em 4º lugar entre os de 6º ao 9º ano.

São Paulo tem o maior PIB do País e as mais altas mensalidades escolares. As escolas paulistas privadas, no entanto, estão acima da média nacional das redes particulares. Entre as que tiveram Ideb mais baixo do Brasil estão as escolas privadas do Maranhão, Sergipe, Pará e Alagoas.

Escolas particulares se saem melhor no Ideb do que as públicas no País. Foto: erika8213 /adobe.stock

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Principal indicador de qualidade da educação no Brasil, o Ideb tem notas para as redes públicas e particulares de todo o País. O índice, que vai de 0 a 10, é calculado a partir do resultado nas provas de Português e Matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e das taxas de aprovação.

Os resultados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira, 14.

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As escolas particulares fazem a prova do Saeb de forma amostral, a convite do Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais (Inep) do MEC. O governo não divulga quais delas participaram em cada Estado. Já nas redes públicas todas as escolas participam.

No ensino médio, as escolas particulares de São Paulo também tiveram Ideb inferior ao de 2019, mas subiram sua colocação no ranking e aparecem em 2º lugar. Estão com Ideb 5,9, atrás apenas de Santa Catarina e empatadas com as redes do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí e Tocantins.

Veja os principais resultados sobre as escolas particulares:

  • O Estado de São Paulo está 5º lugar no ensino fundamental 1, com Ideb 7,4 abaixo de Minas (7,8), Santa Catarina (7,8), Distrito Federal (7,7), Espírito Santo (7,6), Paraná (7,6) e Rio Grande do Sul (7,5)
  • No ensino fundamental 2, São Paulo aparece em 4º lugar, com Ideb 6,5, abaixo de Minas Gerais (6,8), Santa Catarina (6,8), Espírito Santo (6,7), Acre (6,6)
  • No ensino médio, as paulistas têm Ideb 5,9, ficam em 2º lugar, atrás de Santa Catarina (6,0) e empatadas com as redes do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí e Tocantins.
  • No Brasil, o Ideb médio das escolas privadas é, em todos os níveis, pelo menos 1,5 ponto acima do registrado nas redes públicas
  • No entanto, o Ideb do ensino médio caiu de 6 para 5,6 no País entre 2019 e 2023
  • Em São Paulo, também há essa diferença a favor das particulares. A maior diferença está no ensino médio, enquanto as escolas estaduais paulistas tem Ideb 4,2, a rede privada ficou com 5,9
  • As escolas paulistas estão acima da média nacional das redes particulares, que é de 7,2 no fundamental 1 e 6,3 no fundamental 2

O Ideb é calculado de dois em dois anos, mas especialistas recomendam que não se compare os indicadores de 2023 com 2021 por causa da pandemia. A comparação sugerida é com 2019. Durante a crise sanitária houve baixa participação na prova do Saeb e altas taxas de aprovação porque muitas escolas adotaram currículos contínuos para que os alunos não perdessem o ano.

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Para a vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, o resultado depende muito das escolas que foram escolhidas para participar da prova, já que a rede privada é muito diversa dentro dos Estados. Ela diz que a entidade reivindica do Inep que a prova seja também feita em toda a rede privada do País e não por amostra.


“Se todas fizessem a avaliação, poderia saber como a minha escola foi em Português, em Matemática, aí, sim, o resultado ajudaria a escola. Dessa forma amostral, o que isso tem a dizer para a minha escola, se ela não fez a prova?” questiona.

De maneira geral, segundo dados do MEC, o Brasil registrou uma ligeira melhora na qualidade da educação básica, mas ainda se mantém distante de metas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio.

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