Fuvest 2024: tema da redação é ‘educação básica e formação profissional’; veja detalhes

Material de apoio aos vestibulandos trouxe textos de Domenico de Masi e Byung-Chul Han

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Por Redação
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A prova de redação da segunda fase da Fuvest 2024 ocorre neste domingo, 17. O tema escolhido para este ano foi: “Educação básica e formação profissional: entre a multitarefa e a reflexão”.

Estudantes fazem a prova da 1ª fase da Fuvest em 19 de novembro de 2023, na FEA-USP. A redação, na 2ª fase do vestibular, ocorre neste domingo, 17 de dezembro. Foto: Alex Silva/Estadão

Segundo a organização do vestibular, entre os materiais de apoio para os estudantes, constavam imagens de obras de arte e postagens de redes sociais, além de textos com trechos de autores como o filósofo Byung-Chul Han (Sociedade do Cansaço) e o sociólogo Domenico de Masi (O Ócio Criativo), abordando o tema “sob perspectivas sociais, antropológicas, filosóficas e pedagógicas”.

Domenico de Masi e o ócio criativo

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Criador da teoria do “ócio criativo”, De Masi defendia que o cérebro não pode ser forçado a produzir quando já está saturado de informações. E, quando a pessoa se encontra satisfeita, as ideias tendem a chegar de forma inesperada, o que torna necessário conciliar trabalho, estudos e lazer, sem se sobrecarregar em nenhum momento.

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Byung-Chul Han e a Sociedade do Cansaço

Em Sociedade do Cansaço, o pensador discute, a partir de um diálogo com Hannah Arendt, Jean Baudrillard, Maurice Blanchot e Nietzsche, entre outros, a transição de uma sociedade que, no século passado, sofria de patologias bacteriológicas ou virais para uma sociedade que, no século 21, sofre de patologias neuronais, como depressão, transtornos de déficit de atenção, hiperatividade e Síndrome de Burnout.

O livro, publicado pela primeira vez na Alemanha em 2010, defende que as patologias deste século estariam relacionadas a um excesso de positividade, que faz parecer que tudo é viável ao homem. Para exemplificar essa ideia, Han cita o slogan da campanha de Barack Obama, “Yes we can” (“Sim, nós podemos”). Esse excesso de positividade se desenvolveria, segundo o pensador coreano, “numa sociedade permissiva e pacificada” que “não pressupõe nenhuma inimizade”.

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Prova de português e literatura

Além da redação, os candidatos que realizaram a prova da Fuvest neste domingo também tiveram que responder dez questões sobre língua portuguesa e literatura, nas quais tiveram que analisar charges, notícias e outros gêneros textuais, com trechos das obras de Carlos Drummond de Andrade, Caetano Veloso, Cecília Meireles, Mário Quintana e Karl Marx. Para Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo, a avaliação trouxe questões mais gramaticais do que nos anos anteriores, mas “nada excessivo que cobrasse decoreba”.

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“Chama atenção uma característica qu ejá se via na prova da primeira fase. A Fuvest parece ter se posicionado como um vestibular humanista e, por conseguinte, a USP, por conta dos temas que são abordados pelos textos de apoio, como identidade nacional, culturas indígenas, transfobia, desinformação, teoria conspiratória e violência policial”, avalia Paganim. “Foi uma prova de alto nível de dificuldade porque exigia muito mais do que a mera leitura das obras solicitadas.”

Outros temas cobrados pela Fuvest também incluíram policemia, avaliação linguística e vocabulário. “A prova exigiu muita reflexão dos candidatos. Foi fundamental que ele dominasse o que leu dos trechos literários. O aluno tem que estar antenado e ter espírito crítico, porque foi uma prova bem contemporânea, exigindo assuntos publicados na mídia agora em 2023″, diz Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo.

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