SÃO PAULO - A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, publicou nesta quinta-feira, 3, em seu site uma nota em que manifesta "total apoio à juventude estudantil que hoje ocupa centenas de escolas por todo o Estado" em protesto contra à reestruturação da rede de ensino feita pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
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"A exemplo do que fizemos na época da maior greve de professores da história, onde apoiamos a causa de forma explícita, reiteramos nossa preocupação com a qualidade e desenvolvimento da educação pública do País (neste caso, do Estado)", diz a nota.
A Gaviões lamentou o fechamento de escolas e criticou o termo "reorganização". Segundo a torcida, as mudanças propostas pela Secretaria Estadual da Educação (SEE) são "ato imposto de forma arbitrária pelo governador, sem qualquer abertura de diálogo com a sociedade, alunos e professores".
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Polícia entra em confronto com manifestantes em São Paulo
1 / 11Polícia entra em confronto com manifestantes em São Paulo
Protestos em São Paulo
A quinta-feira foi mais um dia de protestos de estudantes contra a reorganização da rede estadual de ensino em São Paulo, promovida pelo gestão do gov... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Protestos em São Paulo
Na região da Avenida São João, a Polícia atirou bombas de efeito moral para conter os estudantes da Escola Estadual Fidelino Figueiredo, que fechavam ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Protestos em São Paulo
A ação da Polícia causou corre-corre entre os manifestantes, que utilizavam carteiras de escola para parar o trânsito na região. Foto: Werther Santana/Estadão
Protestos em São Paulo
A região da Avenida São João teve bastante confusão durante os protestos de estudantes na tarde desta quinta-feira. Foto: Werther Santana/Estadão
Protestos em São Paulo
Alguns estudantes protestaram também na esquinadas ruas Cardeal Arco Verde com Deputado Lacerda Franco,onde fica o 14º Distrito Policial. Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Protestos em São Paulo
O local é paraonde foram levadosalguns estudantes que foram presos durante os protestos na Avenida São João. Foto: Marcio Fernandes/Estadão
Protestos em São Paulo
O estudanteAlessantro Dias, que foi detido pela Polícia durante o conflito e depois liberado, sofreu alguns arranhões. Foto: Marcio Fernandes/Estadão
Protestos em São Paulo
Até mesmo comerciantes e moradores foram impedidos de passar pelo cordão de isolamento feito pelos policiais. Foto: Marcio Fernandes/Estadão
Protestos em São Paulo
Na Avenida Tiradentes, alguns estudantes utilizaram faixas para protestar contra o governador Geraldo Alckmin. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Protestos em São Paulo
Fotógrafo capta o exato momento em que umpolicial atira uma bomba de efeito moral contra os estudantes que protestavam contra a reorganização da rede ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Protestos em São Paulo
Antes da Polícia chegar, os manifestantes fecharam o trânsito com carteiras retiradas da Escola Estadual Fidelino Figueiredo. Foto: Werther Santana/Estadão
"Tendo em vista a importância da juventude como sendo o futuro do Brasil, consideramos que o fechamento de escolas seja justamente o caminho oposto da melhoria que todo cidadão espera para a educação pública."
A torcida corintiana desejou "muita força" aos estudantes, colocou-se à disposição dos jovens e informou que internamente abrirá uma discussão para estudar as possíveis contribuições que pode dar ao movimento.
Dragões da Real. Outra organizada a manifestar apoio foi a Dragões da Real. Na sua página no Facebook, a torcida são-paulina destacou que possui entre seus associados uma "fatia significativa de adolescentes ainda em fase escolar" e que é papel da torcida servir como "elo motivacional para que eles prossigam e evoluam no âmbito acadêmico".
"Entendendo que a educação é a base para um futuro de qualidade, a Dragões da Real traduz que o fechamento (ou reorganização) das escolas estaduais em questão é um retrocesso e um descaso com quem hoje necessita da educação pública no Brasil", afirmou a torcida.
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A Dragões também criticou a ação policial durante as manifestações. "É também lastimável assistir diariamente cenas de arbitrariedade policial, sem que haja o diálogo necessário com alunos, pais, educadores e entidades."
Ação. Nesta quinta-feira, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública ingressaram com ação civil para barrar a reorganização escolar. Em informe a promotores do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), a SEE admite que o projeto trará "redução de despesas".
Estudantes contrários à reorganização da rede estadual fizeram nesta quinta-feira uma série de protestos e bloquearam ao menos dez vias da capital paulista. As manifestações foram reprimidas pela Polícia Militar com bombas de efeito moral e pelo menos seis pessoas foram detidas pela manhã e à tarde.
Desafios da reorganização de ensino em SP
1 / 5Desafios da reorganização de ensino em SP
Estudo incompleto
O levantamento oficial que embasou a reorganização das escolas levou em consideração apenas uma variável: o Idesp. O índice mede a qualidade do ensino... Foto: Daniel TeixeiraMais
Qualidade das escolas
A pasta alega que a medida visa a melhoria do ensino.Mas 30 das 93escolas que serão fechadas já têm desempenho acima da média no Idesp. Além disso, pa... Foto: Daniel Teixeira/EstadãoMais
Falta de diálogo
Na capital,o Ministério Público de São Paulo pediu que as escolas ocupadas não fossem reintegradas. Um dos argumentos é que faltou diálogo com a comun... Foto: Daniel Teixeira/EstadãoMais
Escolas superlotadas
O temor de parte dos estudantes é que o fechamento de escolas afete mais ainda a situação das classes superlotadas, o que é negado pelo governo. Levan... Foto: Daniel TeixeiraMais
O movimento antiocupação
Desde o início, a secretaria tem criticado o caráter 'político'das ocupações, por terem apoio do MTST, Apeoesp e de movimentos sociais ligados a parti... Foto: Nilton Fukuda/EstadãoMais