Os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Cultura, Marta Suplicy, assinaram nesta quarta-feira, dia 18, uma portaria que institui o Programa Mais Cultura nas Universidades. Ainda em fase de criação, o programa tem a finalidade de ampliar o papel das universidades e institutos federais na difusão e preservação da cultura brasileira e na construção e implementação das políticas culturais. O projeto foi apresentado na 127ª Reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Marta lembrou que a universidade é um polo de conhecimento. "Com estas portas abertas, os universitários terão uma formação mais completa e vão poder exercitar a atividade profissional de uma forma melhor, com uma visão holística do mundo e da sociedade", disse a ministra. Segundo ela, o programa foi construído pelo grupo de trabalho interministerial - Ministérios da Educação (MEC) e da Cultura (MinC), com o objetivo de ampliar o uso das instituições de ensino público como espaço de produção e circulação da cultura brasileira e de acesso aos bens culturais.
"Queremos uma efervescência cultural nas universidades, incrementando a circulação da pesquisa em cultura, fomentando a extensão universitária, melhorando os equipamentos culturais, estimulando eventos, mostras e festivais nas universidades", completou Marta.
O ministro Mercadante observou que existe uma demanda fortíssima de cultura e que é preciso incrementar o setor. "A cultura tem um papel decisivo para o turismo, que é o setor que mais cresce na economia mundial. O Brasil precisa olhar a cultura com uma visão mais estratégica", disse.
Segundo o ministro, o orçamento do Programa Mais Cultura nas Universidades é de R$ 20 milhões, podendo ser ampliado para R$ 100 milhões. "Os editais ainda serão construídos e vão desenhar os eixos temáticos e definir as possibilidades. A relação com a rede pública é uma coisa que queremos valorizar", acrescentou Mercadante. Ele informou que não haverá concentração e desequilíbrio regional. Cada região do País terá um orçamento garantido para suas universidades e institutos.
Para a diretora de Cultura da União Nacional dos Estudantes, Patrícia Matos é um grande passo para conquista de uma educação que compreende a perspectiva da função social da universidade e da necessidade de se relacionar com o ambiente exterior. "Queremos uma academia que se preocupe não só com a formação para o mercado de trabalho, mas com a formação humana, compreendendo o estudante também como sujeito histórico. A cultura é uma característica humana e precisamos valorizar as culturas que o estado historicamente não reconheceu", disse Patrícia.
A implementação do programa se dará ao longo de 2014, por meio da comissão interministerial - Cultura e Educação. Também será dado um prazo para as universidades apresentarem seus planos de cultura.
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