Greve na USP: alunos da FFLCH deixam o movimento; veja quem ainda está paralisado

Todas as unidades da Cidade Universitária, no Butantã, voltaram às aulas

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Foto do author Caio Possati

Os alunos de Ciências Sociais, Filosofia e Geografia da Universidade de São Paulo (USP) decidiram nesta quarta-feira, 1.º, sair da greve estudantil, iniciada pelos universitários em 20 de setembro. Com a retomada das atividades dos graduandos dos três cursos, todas as unidades da Cidade Universitária, no Butantã, voltaram às aulas.

A paralisação, que chegou a contar com a adesão de todas as faculdades e institutos da USP, hoje tem apenas os estudantes dos cursos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) em greve, de acordo com o balanço da própria universidade. Os cursos da EACH não ficam na Cidade Universitária, mas sim em Ermelino Matarazzo, na zona leste.

Alunos da FFLCH, e demais unidades da USP, realizaram piquetes durante a greve estudantil para impedir a realização de aulas. Foto: Taba Benedicto/Estadão

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Também nesta quarta-feira, o diretor do EACH, Ricardo Uvinha, fez um pronunciamento informando que a congregação da unidade, que reúne docentes, alunos e funcionários, decidiu pela saída da greve e retorno das atividades na próxima segunda-feira, 6. Mas, a decisão precisa ser aprovada em assembleia para ter validade.

No comunicado, Uvinha afirma que nenhum estudante será prejudicado por ter participado e incentivado a paralisação, e reforçou que que ninguém será reprovado por falta. O diretor sugeriu ainda a possibilidade de ministrar aulas que precisam ser repostas aos sábados, se necessário.

“Poderão ser oferecidos calendários de reposição para garantir a finalização de todas as disciplinas de graduação da EACH, com o melhor aproveitamento possível. Nesse sentido, o professor vai poder utilizar, como uma reposição, todo o nosso horário de calendário durante a semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 23h. E também, possivelmente, ao sábado na parte da manhã”, afirmou o Uvinha.

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Mobilização

A greve, iniciado em 20 de setembro, chegou a ter adesão de todas as unidades da USP, incluindo os cursos de Engenharia da Escola Politécnica (Poli-USP) e Medicina, que não têm tradição de cruzar os braços nas paralisações. A greve foi aprovada para pressionar a Reitoria por mais contratações de professores e por melhorias na política de Permanência Estudantil.

Os grevistas negociaram com a direção da universidade, que apresentou uma série de compromissos, incluindo a contratação de mais de mil professores.

Na semana passada, os estudantes e a Reitoria tiveram um novo embate. Uma circular emitida pela universidade informava sobre a possibilidade dos graduandos serem reprovados por falta porque, se continuassem em greve até esta semana, não conseguiriam atingir o mínimo de frequência obrigatória de 70% determinada pela USP.

A reitoria, em nova manifestação, afirmou que cada unidade vai ter autonomia para readequar o seu calendário, desde que respeitem a condição de encerrar o ano letivo em 22 de dezembro de 2023.

Mesmo assim, a medida causou revolta nos estudantes, que definiram a circular como autoritária, e uma ameaça para asfixiar a greve. Em protesto, os manifestantes chegaram a ocupar o prédio da administração central na última quinta-feira, e o DCE moveu uma ação judicial contra Pró-Reitoria de Graduação, que assinou a polêmica circular.

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