1º dia do Enem aborda seca, Estado Islâmico e questão de gênero

Segundo professores, questões deste ano foram mais difíceis em relação à edição anterior; veja vídeos com comentários 

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Por Isabela Palhares, Guilherme Moraes, Monica Bernardes e Nathalia Larghi

As provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza do Enem exigiram conhecimentos sobre temas atuais, como a questão de gênero, o grupo terrorista Estado Islâmico, a espionagem americana e a seca em regiões do Brasil. Segundo professores de cursinho, as questões estavam mais difíceis do que na edição anterior. 

Para Aline Dutra, de 19 anos, candidata de Recife, a cobrança de assuntos atuais é uma vantagem. “Falaram temas que vemos todos os dias no noticiário. Isso facilita, porque acabamos criando uma referência além dos livros”, diz ela, que faz o Enem pela 2.ª vez para entrar no curso de Engenharia Civil.

Ronaldo Fogo, coordenador do cursinho Objetivo, afirma que a prova demandou domínio de conteúdo. “Aquele papo de só interpretar o texto para resolver as questões ficou no passado.” O nível de dificuldade, diz, está cada vez mais parecido com o de vestibulares tradicionais, como a Fuvest, exame de ingresso na Universidade de São Paulo (USP).

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Marcos dos Santos Júnior, de 24 anos, teve essa percepção. Para ele, as questões de Química e Física tratavam de conteúdos bem específicos. “Não adiantava nem tentar achar uma dica no enunciado”, diz ele, que fez a prova em São Paulo e pretende fazer Ciência da Computação.

Algumas questões traziam referências bibliográficas menos comuns, como um texto da filósofa francesa Simone de Beauvoir para tratar de gênero. 

Estrutura. Para Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante, o candidatos não pode reclamar de falta de tempo. “A prova trazia questões com enunciados e alternativas curtas”, aponta.

Outros fatores, porém, complicaram a vida do estudante. “As questões tinham alternativas muito próximas, o que fazia com que os candidatos tivessem que reler o enunciado e as alternativas. Essa volta na leitura desgasta”, destaca Elias Feitosa, professor de História do Cursinho da Poli.

Para Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo Vestibulares, as questões da prova estavam bem contextualizadas, já que exigiam conhecimentos gerais e uma base de conteúdo sólida, fruto de horas de estudo."A prova exige que o aluno tenha estudado, mas sem 'decoreba'", afirmou. 

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A expectativa para as provas deste domingo é de que o nível de dificuldade seja mantido. Para Ronaldo Fogo, depois das provas deste sábado, os alunos devem ir mais preparados e com atenção dobrada no segundo dia de exame. 

Veja a correção da pergunta sobre permanganato de potássio:

Veja a correção da pergunta sobre as notas musicais:

Veja a correção da pergunta sobre o poema africano:

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Diretor do Cursinho da Poli faz um balanço da prova:

Veja a correção da questão sobre formatos de células

Veja a correção da questão sobre veredas:

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