Interdisciplinar 'de verdade', prova da Unicamp cita Mariana

Diretor pedagógico de cursinho avalia que prova foi 'muito bem feita' e 'mais difícil para os alunos'

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Por Redação
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SÃO PAULO - O vestibulando que prestou a primeira fase do processo seletivo para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) neste domingo (20) encontrou uma prova bem elaborada e verdadeiramente interdisciplinar. Esta foi a avaliação do professor Célio Tasinafo, diretor pedagógico do cursinho Oficina do Estudante, de Campinas.

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"Foi uma prova muito bem feita, muito melhor do que a do ano passado. Fiquei positivamente surpreso, porque esperava uma prova meia-boca como nos anos anteriores, e não foi", comenta ele. "A prova foi bem elaborada e cheia de questões interdisciplinares verdadeiramente interdisciplinares, destas que o aluno realmente precisa mobilizar conhecimento de duas disciplinas para resolver a questão."

Tasinafo cita dois exemplos. Em determinada questão, um poema contemporâneo do português João Paiva - conhecido por escrever versos a partir de temas científicos - serviu para o aluno tratar tanto de Química quanto de Literatura. A tragédia ambiental de Mariana, que ocorreu há um ano, também foi mote de uma questão interdisciplinar, na qual os vestibulandos precisavam recorrer a conhecimentos de Geografia e de Química. 

"Para o aluno, foi uma prova certamente mais difícil", completa Tasinafo. 

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"A Unicamp acertou a mão neste ano", avalia a professora Vera Lúcia da Costa Anuntes, coordenadora do Colégio e Curso Objetivo. "Nos últimos anos, eles têm apresentado uma evolução da prova. Mas este foi o melhor ano. O exame foi de ótimo nível, com questões abrangentes e sem gerar muitas dúvidas."

Ela concorda que a prova "foi mais difícil do que no ano passado". "Mas isso significa que vai conseguir selecionar melhor os candidatos", pontua. 

Para Vera, a única disciplina que não apresentou muitas inovações em suas questões foi Matemática. "Foi uma prova tradicional desta matéria, com resoluções simples", diz. 

Humanas. Para o professor Marcelo Dias Carvalho, coordenador geral do Etapa, o aumento das questões interdisciplinares - de quatro, na prova do ano passado, para 12, no exame aplicado neste domingo - exigiu do aluno "uma capacidade mais conceitual". 

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De modo geral, ele avalia que as questões de Humanas foram as mais complexas do vestibular. "Geografia exibiu muito conteúdo. História cobrou uma leitura cuidadosa, com bom vocabulário, o que exige tempo do candidato. O mesmo posso dizer de Português", comenta. 

Carvalho ainda lembra que os livros obrigatórios foram cobrados "de forma minuciosa". "A prova pedia informações específicas. O aluno precisava mesmo ter lido o livro, só com resumo não seria capaz de responder", diz.