“Costumo dizer que 2018 foi o ano em que, realmente, minha vida começou”. Natural de Camaçari (BA), Jhudy Souza teve sua vida transformada no 9º ano, após ganhar o incentivo da professora Tânia para seguir rabiscando ideias em forma de poesia. Uma das diretoras da ONG Globalizando, voltada à democratização do ensino de idiomas, Jhudy aprendeu na escola a importância dos professores e do aluno protagonista – e compartilhou um pouco de sua história no evento promovido pelo Estadão.
“De bloquinho em bloquinho, ela me incentivou a fazer coisas que jamais eu imaginaria que era capaz”, lembra a jovem, que seguiu encantada com as letras até conhecer uma segunda professora, também de língua portuguesa, que marcaria sua vida.
Ela cursava o ensino médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, em 2020, quando contou com Lanuza para transformar suas angústias sobre a pandemia num artigo de opinião. Com o título Toda Pandemia Tem Raça, Gênero e Classe, o texto, inscrito num concurso estadual, abordava a vivência das empregadas domésticas durante o período.
Dos versos a que estava acostumada, Jhudy foi para o mundo da prosa, e ficou em 4º lugar. Como resultado, o artigo foi trabalhado em aula pelas turmas de 1º ano do instituto. “Fiquei encantada com aquele momento em que tanta gente leu e deu valor àquilo que escrevi”, conta.
Com tudo o que construiu em sua rede de apoio na escola, Jhudy decidiu levar adiante o afeto que recebeu, ajudando amigos em sua trajetória escolar. “Houve uma multiplicação de impulsos. A professora Lanuza me impulsionou, depois eu escrevi e, então, eu estava na função de impulsionar aqueles alunos em seus escritos.”
Recém-aprovada no curso de Letras da Universidade Federal da Bahia, é na escola que ela pretende passar a vida. “Foi dentro da sala de aula, meu lugar favorito, que aprendi a importância dos professores e do protagonismo dos alunos. Por isso, decidi que quero trabalhar com educação.”
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