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Jovens buscam curso acessível, inovador, sustentável, igualitário e de alta qualidade

Pesquisa internacional com vestibulandos mostra que muitos veem a educação superior como forma de melhorar vidas

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Por Raisa Toledo

Frente a desafios sociais, políticos e ambientais como as consequências da pandemia e a iminência do colapso climático provocado pelo aquecimento global, se multiplicam iniciativas para entender qual deve ser o futuro da educação ao redor do mundo. Uma delas, fruto de parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (IESALC), conduziu uma pesquisa em que ouviu jovens de diversos cantos e identificou que as expectativas e preocupações do grupo eram bastante similares.

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Em resumo, cientes das principais questões humanitárias e globais, eles têm esperança que a educação faça parte da solução para esses problemas. Segundo a pesquisa, para que o ensino superior do futuro corresponda às expectativas da juventude de hoje, ele deve ser mais acessível, inovador, sustentável, igualitário e de alta qualidade.

Para os jovens da América Latina e do Caribe, a esperança é que, em 2050, as universidades incluam conhecimentos diversificados e sejam um ambiente em que os estudantes possam melhorar suas habilidades de comunicação por meio de uma educação mais globalizada.

Cerca de 21% dos entrevistados acredita que quanto mais pessoas têm acesso às universidades melhor se torna a sociedade, e são otimistas quanto à produção de conhecimento, ao uso da tecnologia para o bem e ao desenvolvimento de soluções para os desafios da humanidade.

Quando indagados sobre o que a educação superior significa para eles, os jovens disseram considerar que é o próximo passo na experiência educacional de uma pessoa (respondido por 25%); uma forma de obter ou enriquecer seus conhecimentos (17%); um meio para adquirir habilidades (10%); uma oportunidade para adquirir conhecimento mais complexo sobre uma ou mais áreas (8%) e uma ocasião para crescimento e desenvolvimento pessoal (7%).

Para pesquisadores especializados em juventude, recortes precisam ser feitos para que se possa pensar sobre a universidade do futuro no Brasil, país que tem 50 milhões de habitantes na faixa etária de 15 e 29 anos e 8,9 milhões de universitários (segundo o Censo da Educação Superior de 2021). Paulo Carrano, professor e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que o papel do ensino superior no País está muito vinculado à forma como a educação básica é implementada. “Ela acaba servindo como um ‘plus’ nas chances de empregabilidade, quase que a chance de você se inserir produtivamente. E não deveria ser isso, mas um percurso de aprimoramento, de desenvolvimento, profissional até.”

TechLab do Insper, espaço usado pelo curso de Engenharia voltado à Industria 4.0; juventude sente mais medo de ficar sem emprego no futuro do que de perder o emprego atual Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Ele foi responsável por coordenar a pesquisa Juventudes do Brasil pelo Observatório da Juventude na Ibero-América (OJI). Publicado em 2021, o levantamento aponta que, embora sejam mais escolarizados que seus pais, os jovens de hoje vivem uma situação de insegurança em relação ao trabalho e sentem, por exemplo, mais medo de ficar sem emprego no futuro do que de perder o emprego atual. “É o desafio entre prover para sua família e, ao mesmo tempo, apostar em uma inserção no ensino superior que no futuro pode ou não dar recompensa. A gente tem diante de nós algo que a estatística chama de desemprego de formação, que são pessoas altamente qualificadas que não conseguem colocação no mercado”, afirma.

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A educação ocupa o quarto lugar nas preocupações dos ouvidos pela pesquisa. São mencionados fatores como o acesso ainda restrito à educação superior, a falta de condições de continuar estudando, a dificuldade de conciliar trabalho e estudo e a falta de garantia de empregabilidade compatível com a escolaridade atingida. Fatores como a violência também representam um diferencial: o medo constante de ser assaltado superou o receio da destruição do meio ambiente.

Segundo Mônica Peregrino, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e pesquisadora na área de juventude há cerca de 20 anos, é importante que a discussão dê um passo atrás para englobar a etapa escolar anterior: o ensino médio. “O ensino superior é a forma mais acabada de destinar pessoas para o mundo do trabalho e é claro que a gente quer uma expansão da universidade, do ensino tecnológico. Mas tem também que discutir o que a gente quer do ensino médio.” Essa etapa atualmente é foco de uma revisão governamental e sua reforma está paralisada.

Para Mônica, ainda é preciso pensar sobre os reflexos que a qualidade da educação básica têm sobre as perspectivas de futuro da juventude. “Em 2015, 8,5 milhões de pessoas se inscreveram no Enem. Em 2021 e 2022, foram cerca de 3 milhões e isso é uma indicação da diminuição das aspirações dos jovens no Brasil.”

A pesquisa Engajamento, educação e trabalho: demandas da juventude no Brasil, publicada em 2018 por Mônica e dois outros professores, analisa as demandas apresentadas nas Conferencias Nacionais de Políticas Publicas de Juventude (CNPPJ) ocorridas em 2008, 2011 e 2015. Com um público de cerca de 3 mil pessoas em cada edição, esses eventos eram compostos por representantes do governo e dos jovens – representando a sociedade civil –, a fim de pensar em políticas para esse grupo populacional.

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As demandas reunidas no evento correspondem às preocupações apresentadas ainda hoje pelos jovens no que diz respeito ao ensino superior: alguns exemplos são a “ampliação das políticas de acesso e permanência”, “financiar a juventude negra nas universidades com bolsas de estudo” e “criar política nacional de assistência estudantil, incluindo os beneficiários do Prouni e do Fies”. O caminho para a universidade do futuro acessível, inovadora, sustentável, igualitária e de alta qualidade ainda precisa ser percorrido, o que não significa que a caminhada não tenha começado. “Veja o caso da política de cotas, o nosso público (universitário) é mais negro do que era, mais feminino do que era, mais popular do que era”, exemplifica Paulo Carrano.

Importante para a construção do ensino superior que querem os jovens é, ressalta, justamente perguntar a eles. “Toda vez que as políticas públicas se abrem para ouvir os sujeitos para as quais elas se destinam, melhoram”, afirma ele.

Vestibulares de inverno

ESPM

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Inscrição: Até 20/6

Data da entrevista online: 3/4 a 20/6

Data da prova: 25/6

Taxa de inscrição: R$ 120

Site: www.espm.br/cursos-de-graduacao/processos-seletivos/vestibular/

Fatecs

Inscrição: Até 2/6

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Data da prova: 25/6

Taxa de inscrição: R$ 91

Site: vestibularfatec.com.br

Faap

Inscrição: Até 15/6

Data da prova: 18/6

Taxa de inscrição: R$ 170

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Site: vestibular.faap.br/

Ibmec

Inscrição: Até 6/7

Data da prova: 7/7

Taxa de inscrição: R$ 150

Site: www.ibmec.br/vestibular

Mackenzie

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Inscrição: Até 7/6

Data da prova: 15/6

Taxa de inscrição: R$ 160

Site: www.mackenzie.br/processos-seletivos/vestibular-graduacao/

Metodista

Taxa de inscrição: Gratuita

Site: https://metodista.br/

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PUC

Inscrição: Até 7/6

Data da prova: 18/6

Taxa de inscrição: R$ 180

Site: www.nucvest.com.br

Senac

Inscrição: Até 18/8, com exceção do curso de Tecnologia Gastronomia (4/8)

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Prazo final para envio da redação on-line: 18/8

Taxa de inscrição: R$ 25

Site: www.sp.senac.br/graduacao

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