O primeiro dado interessante é que atualmente as escolas de negócios oferecem uma variedade grande de programas, o MBA pode ser tempo integral ou parcial, executivo, flexível,on-line/ à distância, além de mestrados especializados e doutorados. O GMAC reporta que há um aumento de diversidade também para onde os candidatos mandam seus scores de GMAT, reforçando a ideia de que parte do aumento no número de candidatos se deve a programas diferentes. Em 2011 os candidatos mandaram scores para 900 programas, mas em 2012 esse número subiu para 5.000.
Muito embora o numero absoluto de applications nas escolas em geral tenha subido, esse aumento deve-se em boa parte ao aumento de diversidade de programas e de diversidade de candidatos. Globalmente, entre 41% e 78% dos programas participantes tiveram aumento no número de candidatos, sendo que os mestrados continuam crescendo de maneira consistente já há alguns anos. Sem dúvida, um mestrado em administração custa até 4 ou 5 vezes menos que um MBA e com duração média de um ano, permite uma entrada rápida no mercado de trabalho. Para nós brazucas, porém, essa não necessariamente é uma opção boa pois os mestrados costumam ser para recém-formados, e seriam o equivalente ao nosso último ano de faculdade. Fazer um mestrado em administração em lugar de MBA pode ser bom para aqueles que estão se formando em cursos como jornalismo, publicidade, direito dentre outros e que já sabem que querem mudar o rumo de suas carreiras para negócios.
Dentre os MBAs, os que mais cresceram em demanda foram os on-line / à distância, que permitem que os candidatos prossigam com sua carreira enquanto fazem o curso. Outra tendência que se manteve desde ano passado foi um fluxo maior de candidatos internacionais, que sem dúvida vêm recebendo mais atenção e incentivo das escolas, especialmente as americanas. Aqui no Brasil, nos últimos três a quatro anos, vemos os eventos gravitando em torno do MBA se multiplicarem e se especializarem. O que antigamente eram duas feiras por anos com umas 20 escolas presentes, hoje se transformou em feiras, sessões informativas e Master Classes, várias vezes ao ano. As escolas estão recrutando em um total de 82 países para atrair estudantes internacionais, com destaque para o BRIC (Brasil, Russia, India, China), com mais foco em China e India.
Há algum tempo as escolas também vêm tentando aumentar a participação das mulheres nos programas e este ano finalmente podemos comemorar o fato das mulheres subirem de 31% para 43% dos candidatos. Além da flexibilização em termos de idade e experiência para mulheres, há algumas escolas disponibilizando inclusive bolsas de estudos exclusivas para mulheres.Além das mulheres, as escolas tentam aumentar a diversidade ao ampliar o numero de empreendedores nos programas (16%), candidatos que ainda irão se formar (13%)e a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais) (9%).
Os MBAs na Ásia são os que experimentam maior crescimento, 80%, atraindo um grande número de candidatos internacionais também.
Em resumo, o MBA tradicional de 2 anos agora cada vez mais divide o palco com versões alternativas e mais flexíveis e se vê obrigado a sair de sua zona de conforto para buscar maior diversidade de candidatos ao redor do mundo. As aulas assim realmente ficam mais ricas, com discussões que passam a refletir e testemunhar realidades de países diferentes, quebrando a hegemonia do modo americano de administrar. Com isso todos ganham em qualidade e diversidade, sendo mais desafiados a realmente pensar globalmente.
link para a pesquisa na íntegra:
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