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Muito além de um segundo idioma

Educação bilíngue promove o envolvimento e a apreciação de diversas culturas, além de fomentar o desenvolvimento de competências socioemocionais

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Por Estadão Blue Studio
2 min de leitura

Alunos bilíngues não apenas aprendem um segundo idioma, mas embarcam em uma jornada de aprendizado diferenciada, que proporciona uma imersão cultural e transforma a maneira de interagir com o mundo. Esse processo faz com que os estudantes desenvolvam uma série de competências socioemocionais. E foi justamente essa a percepção da dentista Cynthia Cruz Souza ao matricular os gêmeos Beatriz Cruz Souza e Guilherme Cruz Souza, de 10 anos, no colégio Anglo Leonardo da Vinci.

“Eu percebi que eles desenvolveram algumas habilidades depois que começaram a ter um aprendizado bilíngue, como empatia, cooperação e até resiliência. Vejo que estão mais inclusivos, ampliando as amizades, e sempre chegam contando que trabalharam em grupos diferentes. Acredito que o ensino bilíngue tenha ajudado a desenvolver essas características neles”, afirma Cynthia.

O processo de aprender um segundo idioma durante essa fase tão importante de desenvolvimento também fez com que as crianças encarassem as tarefas para além da escola, como as de casa, de maneira diferente. Outro ponto em que a mudança foi perceptível, de acordo com a mãe, foi durante viagens ao exterior. “Eles se interessam mais por participar de conversas e até acabam falando com pessoas estrangeiras, fazendo perguntas em inglês e conhecendo pessoas de diversos países.”

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Diversidade

De acordo com especialistas, esse ponto é fundamental: o ensino bilíngue proporciona ao estudante se envolver e apreciar diversas culturas que vão além do seu idioma nativo. Diretora da Global Me School, Renata Freire explica que a educação bilíngue promove a “aceitação da diversidade e estimula a empatia e a resiliência ao expor os alunos a um desafio que envolve a compreensão não apenas da língua, mas também da carga cultural, que amplia a forma de ver o mundo”.

“Esse tipo de ensino oferece mais oportunidades para os estudantes desenvolverem habilidades de comunicação intercultural, enquanto na educação tradicional esse repertório não é ampliado, pois oferece uma única maneira de enxergar o mundo. Para aprender uma segunda língua, é necessário se arriscar, construindo o conhecimento a partir de erros e acertos, criando resiliência para se desenvolver”, explica Renata.

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Os gêmeos Beatriz e Guilherme se mostram mais empáticos, inclusivos e resilientes Foto: DIEGO PADGURSCHI

A especialista em psicopedagogia Danielle Travassos ressalta que o aluno vivencia um aprendizado contextualizado e desenvolve sensibilidade cultural ao ser exposto a diversas culturas, o que aproxima o entendimento de normas e atuações diferentes.

“A educação bilíngue apresenta ao aluno novas possibilidades de atuação dentro das relações interpessoais. É por meio dela que o indivíduo tem a chance de investigar modos de vida diversos e vivenciar experiências que o aproximem de culturas diferentes da sua de origem. Toda essa movimentação cria a oportunidade de uma visão positiva do que é diferente e novo, além de auxiliar no estabelecimento de um olhar crítico e reflexivo acerca do mundo”, diz Danielle.

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As análises vão ao encontro do que acredita a chefe de Desenvolvimento e Reconhecimento para Ibero-América do Bacharelado Internacional (IB), Maripé Menendez. “Comunicar-se em mais de uma língua ajuda os estudantes a reconhecer que sua língua, sua cultura e sua visão de mundo são apenas uma entre muitas. Dessa forma, isso proporciona excelentes oportunidades para desenvolver compreensão e respeito interculturais.”