A linguagem perpassa todas as atividades humanas. Por isso, além de formar professores, os cursos da área buscam aprimorar a comunicação, dominar tecnologias e estimular o diálogo entre campos de atuação. Coordenadora de Letras – Inglês e Português do Centro Universitário FMU, Beatriz Santana reforça que o curso não forma o profissional para atuar em uma única frente.
“Letras é um campo bem amplo, muito mais do que imagina o aluno quando começa o curso. Ele pode atuar em literatura, no ensino, como redator, escritor, revisor”, diz. “Muitas vezes o aluno procura o curso com a ideia de ser professor, mas descobre um universo de possibilidades.” Com a evolução da tecnologia, estudantes enfrentam desafios, mas ganham espaço. “As mídias digitais têm exigido bastante análise discursiva, que ajuda a entender o comportamento das pessoas na rede. O profissional também tem a oportunidade de trabalhar com meios eletrônicos e alimentar sites de empresas.”
Criado em 2018, o curso de Cinema e Audiovisual da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) acompanha as novidades tecnológicas e prepara o aluno para os negócios. “Ainda há um juízo de valor muito forte sobre o cineasta como aquela pessoa excêntrica, que cria histórias para o cinema tradicional, mas o perfil hoje é extremamente variado”, afirma a coordenadora do curso, Gisele Jordão.
“Temos alunos que se interessam por desenho e cinemática de games, plataformas interativas e realidade virtual.” Para ela, a faculdade deve preparar os alunos para áreas e linguagens que ainda nem foram descobertas. “O mercado audiovisual tem crescido, expandido para diversas áreas que precisam dele para crescer”, afirma. “Quando imaginamos isso a longo prazo, sabemos que, em uma sociedade como a que vivemos, mediada por imagens, a tendência é que as oportunidades continuem a aparecer.”
Pedagogia também se transforma neste contexto tecnológico. Coordenador do curso da Universidade Paulista (Unip), o professor Nonato Assis de Miranda afirma que hoje é uma exigência que os profissionais da área tenham domínio de Tecnologias de Informação (TI). “Os alunos chegam à escola já dominando essas tecnologias. O professor tem de aprender a usar e se apropriar delas para o ensino”, diz.
Depoimento: Lucas Machado Nascimento, estudante de Artes na Belas Artes
“Quando eu me formei no ensino médio, eu estava também fazendo Comunicação Visual na Etec (Escola Técnica Estadual) e o curso de Artes da Belas Artes sempre foi meu desejo, mas eu não acreditava que poderia fazer porque não tinha dinheiro e ser artista não é fácil. Acabei indo para o lado do design, marketing, mercado, trabalhei na área comercial, até que desisti de tudo e fui me dedicar ao meu sonho.
Para mim, a infraestrutura da Belas Artes se destaca. Os ateliês, estúdios e técnicos extremamente talentosos fazem essa faculdade ser especial. São poucas com essa estrutura. O dia a dia é bem movimentado. As matérias práticas exigem dedicação. Faço monitoria, sou parte do time da Galeria 13, entidade do curso de Artes. Lá, desenvolvemos atividades para os alunos e auxiliamos na exposição de TCC, a Creative Collectibles, que dura dois meses. Estar na Galeria 13 me fez ver outras possibilidades além de ser artista. Vejo que posso trabalhar com produção, montagem de exposição, curadoria. São inúmeras as opções.
Minha dica para quem vai escolher curso e faculdade é ‘siga seu instinto’. Tentei fugir pensando em retorno rápido, mas esqueci do principal. Estava infeliz fazendo algo do que não gostava. Hoje tenho muita vontade de trabalhar e me ver em tudo o que faço.”
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