Qual é a prioridade na educação para mudar o futuro do Brasil? Leia análise

Mirar no ensino profissional, com atenção para as economias verde, digital e criativa, é um dos caminhos para o Brasil dar salto de qualidade; reforma do ensino médio traz oportunidades

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Por Priscila Cruz
Atualização:

Há um crescente e importante movimento de troca de experiências entre países em estratégias para melhorar as políticas educacionais e seus resultados, que foi em grande medida impulsionado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) por meio do relatório Education At Glance, cuja primeira edição é de 1998, e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), de 2000.

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Ao entendermos melhor o que os países têm priorizado e os seus resultados de aprendizado, muitas políticas públicas foram impulsionadas aqui no Brasil, por exemplo, a educação integral e a Base Nacional Comum Curricular.

Nesta edição de 2023, o Education at a Glance apresenta um panorama geral e de mergulhos em alguns temas como educação infantil, juventudes, professores, financiamento e educação profissional e tecnológica, também presentes no documento Educação Já, produzido pelo Todos Pela Educação.

Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação. Foto: Hélvio Romero/Estadão

Chamo atenção para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), uma vez que os dados mostram a enorme distância que o Brasil precisa percorrer: apenas um em cada dez estudantes estão matriculados nesta modalidade; nos demais países, a média é de quatro a cada dez estudantes.

A priorização na direção certa da educação profissional é a oportunidade que o Brasil tem de articular suas aspirações de desenvolvimento social, econômico e sustentável com os talentos e potenciais das juventudes. Para isso, além da ampliação da proporção de estudantes na modalidade EPT, mudanças substantivas nas trilhas de formação são urgentes, estruturadas em pilares como a economia digital, economia verde, economia criativa e economia do cuidado.

Como premissa, a manutenção da integração da EPT no ensino médio regular nos encaminhamentos a serem dados para o novo ensino médio, exigindo um olhar extremamente cuidadoso para a distribuição da carga horária entre a formação geral básica e os itinerários formativos na decisão final sobre o tema.

O século 21 é um cipoal de desafios. Não é justo — nem inteligente — manter a realidade que oferece pouca e inadequada formação dos jovens.

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Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação

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