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Opinião | Como as famílias podem ajudar os filhos a melhorar no aprendizado?

Resultados do Pisa mostram o valor que damos à educação em nosso País

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Foto do author Rosely Sayão

Os últimos resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) nos mostram o real valor que damos à educação em nosso País. Os estudantes brasileiros avaliados deixaram o Brasil na 52.ª posição, à frente de poucos outros.

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Não podemos cair na tentação de creditar tal resultado aos quase dois anos de escolas fechadas na pandemia: as colocações do Brasil no Pisa em anos anteriores já colocavam o País nas últimas posições. Foi na Matemática que os alunos mais sofreram nas provas: alcançamos 379 pontos nessa disciplina, 410 em leitura e 404 em ciências. Cingapura, que alcançou o primeiro lugar em todas as avaliações, obteve 575 pontos em Matemática, 543 em leitura e 561 em ciências.

Como as famílias podem ajudar os filhos a melhorar no aprendizado? Podem se concentrar a incentivar o gosto das crianças e adolescentes pela leitura. Ah! Mas justo no quesito em que eles alcançaram a maior pontuação? Sim: foi a maior, mas foi bem pequena.

E é a leitura que ajuda no aprendizado de Matemática e de ciências. Por quê? A leitura é a maneira mais eficaz de se adquirir conhecimentos, ela desenvolve o raciocínio lógico e a cognição, incentiva o desenvolvimento da imaginação e, portanto, da criatividade; isso sem falar no autoconhecimento e na boa comunicação.

Aplicação da prova do Pisa no Brasil, a maior avaliação de estudantes do mundo, no colégio Penha de França. FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO Foto: Felipe Rau/Estadão

Muitas famílias têm o hábito de ler histórias para os filhos pequenos no horário em que vão para a cama. Mas acabam deixando essa atividade assim que crescem um pouco. Continuar lendo histórias e pedindo que eles contem histórias em casa já colabora bastante para a melhoria do vocabulário e da compreensão do enredo, o que é crucial para a interpretação de textos. E na Matemática eles irão precisar.

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Ler livros, gibis, revistas, de tudo, incentiva o gosto pela leitura. Vamos deixar de lado os livros digitais. O papel do livro tem cheiro, tem textura, tem espaço para o leitor grifar trechos que o ajudam a entender melhor o que está sendo tratado, por exemplo. Nem sempre a escola consegue plantar o gosto pela leitura em seus alunos porque ela tem pressa e porque segue uma série de protocolos que mais atrapalham do que ajudam na construção do leitor.

É a família que pode fazer isso. Que tal visitar bibliotecas com os filhos? E precisamos, em casa, ajudar na escolha dos bons livros que iremos ler juntamente com os filhos. Pode ser leitura silenciosa, em conjunto, não importa.

O que importa é facilitar o aparecimento do prazer pela leitura. Leitura é gosto, mais do que hábito. Boas leituras!

Opinião por Rosely Sayão

É psicóloga, consultora educacional e autora do livro "Educação sem Blá-blá-blá"

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