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Opinião|Conversa sobre o ‘mês da mulher’: a educação em um mundo machista

Tema precisa ser encarado com seriedade, já que a formação dos mais novos afeta tanto a vida pessoal deles quanto a social

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Foto do author Rosely Sayão

Você tem filhos, alunos, ou convive frequentemente com os mais novos? Pois saiba que está diretamente implicado com a formação machista que a educação constrói e mantém. É a esse respeito nossa conversa de hoje já que estamos no mês de março, “o mês da mulher”.

Educadores, familiares e profissionais, precisam considerar que praticam a educação num mundo machista e precisam levar esse tema com muita seriedade, já que a formação dos mais novos afeta tanto a vida pessoal deles quanto a social. Mas afinal, o que é o machismo? É um conceito – aliás, um preconceito – que posiciona a mulher como inferior ao homem em qualquer contexto: familiar, social, político, econômico e profissional.

Manifestantes marcham no centro de São Paulo no Dia da Mulher Foto: Werther Santana/Estadão - 08/03/ 2017

Costumamos identificar com clareza algumas falas e comportamentos machistas, mas há sutilezas que dificultam a constatação da presença desse preconceito, e é assim que vamos, por exemplo ou por ensinamento direto, perpetuando a ideia de que a posição da mulher é inferior. E sabe quando isso começa? Nos primeiros anos de vida. É bom lembrar que ninguém nasce se achando superior ou inferior a pessoas do outro sexo, não é?

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O que a criança na primeira infância observa em casa e na sociedade? Sim, ela tem acesso ao comportamento social pelos meios de comunicação aos quais ela está submetida. Homens e mulheres, de todas as idades, compartilham as tarefas domésticas? Homens agridem mulheres com palavras ou atos? E assim por diante. Ela aprende também pelo exemplo que testemunha.

Uma rápida visita aos jornais nos aponta, quase que diariamente, agressões de diversos tipos contra mulheres. Mesmo que ouvindo ou vendo de relance, crianças e adolescentes compreendem que essa é uma característica de nossa sociedade, e podem incorporar. Alguns, por sorte, tomam como contraexemplos. Nunca considere exagerada a maneira como o tema é tratado. Se você já fez isso, uma boa pedida pode ser assistir a um filme que está na Netflix cujo título é Eu não sou um homem fácil. Trata-se de uma comédia – o humor critica temas difíceis de uma maneira leve – em que um homem extremamente machista acorda em um mundo dominado pelas mulheres.

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Se você assistir ao filme e também achar que ele é exagerado, mais um sinal de que você precisa se debruçar sobre o tema, buscar conhecer melhor a si mesmo para contribuir significativa e positivamente com a educação dos mais novos. E que março não seja o único mês do ano a provocar reflexões sobre as relações entre mulheres e homens!

ROSELY SAYÃO É PSICÓLOGA, CONSULTORA EDUCACIONAL E AUTORA DO LIVRO EDUCAÇÃO SEM BLÁ-BLÁ-BLÁ

Opinião por Rosely Sayão

É psicóloga, consultora educacional e autora do livro "Educação sem Blá-blá-blá"

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